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Distúrbios no Mundo Árabe

Líder opositor sírio reconhece que conselho está dividido

24 mai 2012 - 18h28
(atualizado às 18h41)
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O presidente do Conselho Nacional Sírio (CNS), Burhan Ghalioun, reconheceu nesta quinta-feira em declarações à AFP que essa coalizão opositora "não conseguiu estar à altura dos sacrifícios do povo sírio" e que a deixa por causa das divisões entre islamitas e laicos.

Ghalioun, um acadêmico que vive na França, explicou à AFP que saiu da presidência do grupo para expressar a necessidade de mudar o modo de funcionamento da organização e advertir para as divisões que comprometem seu desempenho.

"Não conseguimos estar à altura dos sacrifícios do povo sírio".

"Não atendemos com a rapidez necessária às necessidades da revolução", disse.

Desde a sua criação por parte dos Comitês de Coordenação, que organizam as manifestações na Síria, os liberais, a Irmandade Muçulmana, os partidos curdos, assírios, e os independentes, "não conseguem integrar outras forças; fala-se disso o tempo todo, mas a realidade é que há uma verdadeira resistência. Cada um quer manter seus privilégios".

Ghalioun disse que o CNS "não avançou muito para integrar (...) os jovens que organizam as manifestações no terreno".

"Apresentei a minha renúncia exatamente para dizer que esta via da divisão entre islamitas e laicos não funciona, e acredito que o governo sírio ganhou porque desde o começo tentou se aproveitar dessa divisão", disse ele, que liderou o CNS por sete meses.

Ghalioun, partidário de uma linha de esquerda nacionalista árabe, considerou também que o CNS teve êxitos.

"Conseguiu unir pelo menos a maior parte da oposição, obter um reconhecimento internacional (...), organizou a ajuda humanitária e trabalhou para unificar o Exército Sírio Livre", integrado por militares desertores.

A renúncia de Burhan Ghalioun foi aceita na quarta-feira pelo CNS, que pediu a ele que permanecesse em seu posto até a eleição de seu sucessor.

O CNS, principal coalizão da oposição síria, realizará uma reunião nos dias 9 e 10 de junho para eleger seu novo presidente.

dp.mc/dm

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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