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Oriente Médio

Líder da oposição apoia intervenção militar na Síria

28 fev 2012 - 17h09
(atualizado às 18h52)
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O presidente do Conselho Nacional Sírio (CNS), Burhan Galiun, afirmou nesta terça-feira que seu grupo, a maior organização opositora no exílio, não se opõe a uma intervenção militar estrangeira no país, com a condição que seja realizada no marco do plano da Liga Árabe e de maneira coordenada. "Se for preciso utilizar força, que se utilize, mas no marco do plano árabe e da coordenação entre o grupo árabe, o europeu, o turco...", declarou em entrevista concedida à emissora France 24.

Galiun se mostrou contrário a "qualquer intervenção individual que não responda ao plano geral para a resolução do problema". "Defendemos o apoio ao Exército (Livre Sírio) por todos os meios", indicou o representante do CNS, que na entrevista realizada em francês reiterou os pedidos de sua organização. "Pedimos a criação de corredores humanitários, o que também é uma forma de intervenção, e pedimos também a criação de uma zona segura em um espaço preciso do noroeste do país para permitir a soldados desertores estarem protegidos e continuarem lutando contra o regime", acrescentou Galiun.

O líder opositor ressaltou que o regime de Bashar al Assad "perdeu sua legitimidade e credibilidade", dois requisitos que considerou necessários para poder iniciar um diálogo com ele, mas reiterou que seu grupo sempre se mostrou "disposto a realizar negociações para preparar a transição rumo a uma Síria democrática". O representante da oposição ressaltou a necessidade, no entanto, que Assad deixe o poder antes de entrar nessa hipotética negociação, e se mostrou partidário que o atual líder sírio seja apresentado à Justiça.

"Acho que alguém que assassinou seu povo durante anos deve ser castigado, mas se a população síria, para evitar mais vítimas, aceitar que saia do país, nós discutiremos isso", frisou. Galiun, que cifrou em "mais de 20 mil" o número de vítimas, detalhou que essa conversa deverá ocorrer "com os revolucionários, com as pessoas que perderam seus filhos, irmãos, amigos, porque são eles que têm o direito de dizer se aceitam ou não" sua saída.

Aos que ainda apoiam o presidente, Galiun alertou que "já é hora de saltar de um barco que vai afundar de todas as maneiras, e prometeu que a Síria pela qual trabalham "não será a da vingança e da discriminação", mas um "Estado de direito capaz de devolver a fraternidade entre os sírios".

EFE   
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