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Líbia: vice-presidente do CNT anuncia demissão à 'Al-Jazeera'

22 jan 2012 - 11h46
(atualizado às 20h43)
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O vice-presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, Abdelhafidh Ghoga, anunciou neste domingo à rede de televisão do Qatar, Al-Jazeera, que pedia demissão "pelo interesse da nação", depois que centenas de manifestantes terem pedido para que ele renunciasse.

Contudo, membros do CNT contatados pela agência AFP disseram que não estão a par da renúncia de Ghoga, e disseram que ele não participou das reuniões do Conselho realizadas no sábado e no domingo.

Ghoga explicou que já não há o mesmo consenso no CNT e não quer que o conflito gerado em torno de sua pessoa tenha um "impacto negativo" no Conselho. "O mais importante é preservar o CNT", afirmou.

"Não sabemos o que acontece de fato", disse, referindo-se aos "ataques contra as pessoas e as campanhas contra alguns membros do CNT". Os manifestantes pedem a renúncia de Ghoga, porta-voz do CNT, acusando-o de "oportunista" e de ter pertencido ao regime de Muamar Kadhafi.

Abdelhafidh Ghoga foi agredido na quinta-feira na Universidade de Ghar Yunés, em Benghazi, onde afirma ter ido assistir a uma cerimônia em homenagem aos mártires da revolução que derrotou Kadhafi. "Não queremos Ghoga! O sangue dos mártires não foi derramado em vão!", gritavam os estudantes, que protestavam contra a detenção de 11 de seus colegas.

Pelo menos 4 mil estudantes líbios se manifestaram no domingo em Benghazi (leste) para protestar contra a detenção de 11 de seus companheiros após a agressão ao vice-presidente do CNT em sua universidade, informou um correspondente da AFP.

Os novos dirigentes líbios estão há semanas sob pressão. Os manifestantes pedem mais transparência e a exclusão de todos os membros do antigo regime. O CNT pretende reunir-se para adotar a lei eleitoral que implantará a eleição de uma Assembleia Constituinte em junho.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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