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África

Líbia: Kadafi fará pronunciamento na TV em breve, diz rede árabe

21 fev 2011 - 20h30
(atualizado às 21h07)
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O líder líbio Muamar Kadafi deve fazer um pronunciamento na TV em breve, afirmou a Al Arabiya, de acordo com a Al Jazeera.

Kadafi encabeça a oração em festa que comemora o nascimento do profeta Maomé
Kadafi encabeça a oração em festa que comemora o nascimento do profeta Maomé
Foto: Reuters

Um funcionário do Ministério das Relações Exteriores da Líbia confirmou a informação à Al Arabiya no início da terça-feira (horário local), afirma a Reuters. "Eu não sei o teor do seu discurso, mas sei que ele vai fazer um pronunciamento", disse o funcionário.

O regime do coronel Muamar Kadhafi, há mais de 40 anos no poder, enfrentava protestos de magnitude sem precedentes nesta segunda-feira, e várias cidades líbias caíram em poder dos manifestantes.

Ao menos 250 pessoas morreram nesta segunda-feira em Trípoli atingidas pelos disparos de aviões militares líbios contra manifestantes que pedem a queda do regime de Muammar Kadafi, segundo a rede de televisão Al Jazeera.

Mundo árabe em convulsão

A onda de protestos que desbancou em poucas semanas os longevos governos da Tunísia e do Egito segue se irradiando por diversos Estados do mundo árabe. Depois da queda do tunisiano Ben Alie do egípcio Hosni Mubarak, os protestos mantêm-se quase que diariamente e começam a delinear um momento histórico para a região. Há elementos comuns em todos os conflitos: em maior ou menor medida, a insatisfação com a situação político-econômica e o clamor por liberdade e democracia; no entanto, a onda contestatória vai, aos poucos, ganhando contornos próprios em cada país e ressaltando suas diferenças políticas, culturais e sociais.

No norte da África, a Argélia vive - desde o começo do ano - protestos contra o presidente Abdelaziz Bouteflika, que ocupa o cargo desde que venceu as eleições, pela primeira vez, em 1999; mais recentemente, a população do Marrocos também aderiu aos protestos, questionando o reinado de Mohammed VI. A onda também chegou à península arábica: na Jordânia, foi rápida a erupção de protestos contra o rei Abdullah, no posto desde 1999; já ao sul da península, massas têm saído às ruas para pedir mudanças no Iêmen, presidido por Ali Abdullah Saleh desde 1978, bem como em Omã, no qual o sultão Al Said reina desde 1970.

Além destes, os protestos vêm sendo particularmente intensos em dois países. Na Líbia, país fortemente controlado pelo revolucionário líder Muamar Kadafi, a população entra em sangrento confronto com as forças de segurança; em meio à onda de violência, um filho de Kadafifoi à TV estatal do país para tirar a legitimidade dos protestos, acusando um "complô" para dividir o país e suas riquezas. Na península arábica, o pequeno reino do Bahrein - estratégico aliado dos Estados Unidos - vem sendo contestado pela população, que quer mudanças no governo do rei Hamad Bin Isa Al Khalifa, no poder desde 1999.

Além destes países árabes, um foco latente de tensão é a república islâmica do Irã. O país persa (não árabe, embora falante desta língua) é o protagonista contemporâneo da tensão entre Islã/Ocidente e também tem registrado protestos populares que contestam a presidência de Mahmoud Ahmadinejad, no cargo desde 2005. Enquanto isso, a Tunísia e o Egito vivem os lento e trabalhoso processo pós-revolucionário, no qual novos governos vão sendo formados para tentar dar resposta aos anseios da população.

Fonte: Terra
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