PUBLICIDADE

Oriente Médio

Kofi Annan é nomeado enviado especial da ONU para a Síria

23 fev 2012 - 21h29
(atualizado às 22h21)
Compartilhar

As Nações Unidas nomearam nesta quinta-feira seu ex-secretário-geral Kofi Annan para o posto de emissário especial para a crise da Síria com o objetivo de deter a violência armada. Annan será enviado conjunto da Liga Árabe e da ONU para utilizar "sua boa experiência para colocar fim a qualquer violência e às violações aos direitos humanos, assim como promover uma solução pacífica para a crise da Síria", disse um comunicado emitido pelas duas entidades.

O ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, será o enviado especial da ONU na Síria
O ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, será o enviado especial da ONU na Síria
Foto: EFE

O ex-secretário-geral era considerado favorito para o posto, disseram diplomatas nesta quinta-feira, e concorria com o ex-presidente finlandês Martti Ahtisaari. Funcionários da ONU também afirmaram à AFP que o atual secretário Ban Ki-moon, que se encontra em Londres em uma conferência sobre a Somália, se reuniria com Annan na noite desta quinta-feira.

Ban Ki-moon levantou a questão na véspera em uma reunião com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi. Em uma resolução aprovada por maioria na semana passada, a Assembleia Geral pediu ao governo sírio que colocasse fim à brutal repressão contra sua população civil e exigiu a nomeação de um enviado da ONU. Rússia e China votaram contra, depois de terem vetado duas resoluções do Conselho de Segurança sobre a Síria.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores - já organizados e dispondo de um exército composto por desertores das forças de Assad -, sem surtir efeito. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, o as forças de Assad investiram contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. A ONU estima que pelo menos 5 mil pessoas já tenham morrido na Síria.

Com informações de agências internacionais

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade