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Mundo

Jornalistas suecos são agredidos por egípcios

2 fev 2011 - 15h32
(atualizado às 16h36)
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Dois jornalistas suecos foram atacados por egípcios nesta quarta-feira enquanto trabalhavam no Cairo, antes de um soldado detê-los por algumas horas, informou o jornal em que os profissionais trabalham.

Multidão participa de nono dia de protestos no Egito:

Um repórter e um fotógrafo do jornal Aftonbladet - que estavam acompanhados de um intérprete e de um motorista - faziam uma reportagem sobre como os egípcios mais pobres encontravam comida durante os protestos que ocorrem nesse país árabe. Quando os jornalistas saíram do automóvel para perguntar a uma mulher que remexia o lixo se poderiam filmá-la, um grupo formou-se de repente em volta deles.

"A multidão pegou a chave do carro, colocou pedras em frente às rodas e cuspiu em nossa cara", afirmando que os jornalistas eram membros da Mossad, a polícia secreta de Israel, informou a repórter Karin Oestman. Um soldado chegou para ajudar os jornalistas, mas posteriormente recusou-se a libertá-los, fazendo ameaças, completou a repórter.

"Ele disse que se nos matasse naquele momento ninguém nos encontraria, e nos ordenou que permanecêssemos no carro", completou, explicando que o soldado e outros membros do exército deixaram os jornalistas saírem depois de algumas horas.

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. Passaram a fazer parte dela o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro da Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que reinaugurou o cargo de vice-presidente, posto inexistente no país desde 1981. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Já os Irmãos Muçulmanos disseram que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. Apesar de os protestos de ontem terem sido pacíficos, a ONU estima que cerca de 300 pessoas já tenham morrido no país desde o início dos protestos.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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