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Distúrbios no Mundo Árabe

Jihadistas divulgam fotos de executados em aeroporto sírio

Combatentes do EI aparecem executando vários militares "do regime nusairí (alauita)", que aparecem ajoelhados no chão

27 ago 2014 - 08h37
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Jihadistas divulgaram as imagens nesta quarta-feira
Jihadistas divulgaram as imagens nesta quarta-feira
Foto: Twitter

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) divulgou nesta quarta-feira uma série de imagens de soldados sírios aprisionados, de execuções sumárias e de armas confiscadas no aeroporto militar de Al Tabaqa, no nordeste da Síria.

Nas imagens, publicadas em fóruns jihadistas, combatentes do EI aparecem executando vários militares "do regime nusairí (alauita)", que aparecem ajoelhados no chão.

As fotos divulgadas também mostram extremistas ameaçando com faca oficiais e soldados "que foram feitos prisioneiros na batalha de libertação do aeroporto de Al Tabaqa", como mencionam as legendas das fotos.

Em outra fotografia, aproximadamente 20 militares presos aparecem com o temor estampado em seus rostos, muitos deles com graves ferimentos.

Além disso, há fotos de jihadistas agitando a bandeira da organização sobre aviões de combate sírios, e mostrando tanques, mísseis e foguetes que foram expropriados.

Soldados são executados a sangue frio em região próxima de aeroporto na Síria
Soldados são executados a sangue frio em região próxima de aeroporto na Síria
Foto: Twitter

Entre os combatentes representados nas fotografias, figuram dois "cavaleiros dos meios de informação (do EI) que morreram como mártires durante a batalha de libertação do aeroporto", segundo a legenda das imagens.

Os combatentes do EI assumiram no último domingo o controle total do aeroporto de Al Tabaqa, último bastião do regime sírio na província setentrional de Al Raqqah.

Os aviões do Exército sírio que estavam no aeroporto foram conduzidos ao aeroporto militar da vizinha província de Deir ez Zor e para outro situado no deserto sírio.

Na ocasião, o Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que mais de 170 soldados do regime sírio, entre eles oficiais e suboficiais, morreram nos combates, bombardeios e atentados suicidas durante a luta pelo controle do aeroporto.

A comissão das Nações Unidas que investiga as atrocidades cometidas na Síria acusou hoje ao EI de cometer de forma regular crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo torturas, assassinatos e violações.

ONU acusa EI de executar civis em público na Síria

As execuções públicas de civis, assim como as amputações e chicotadas, se transformaram em "espetáculo comum" às sextas-feiras nas regiões da Síria controladas pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI), denunciou nesta quarta-feira uma comissão de investigação da ONU em um relatório.

"As execuções em espaços públicos se transformaram em espetáculo habitual às sextas-feiras em Raqa (reduto do EI) e nas zonas da província de Aleppo controladas pelo Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL)", afirma o relatório da comissão independente de investigação sobre a situação dos direitos humanos na Síria.

O EIIL é a denominação anterior do Estado Islâmico (EI), que em junho proclamou um califado nos territórios que controla no Iraque e na Síria.

Segundo a comissão, que denuncia a situação como crimes contra a humanidade, as sextas-feiras "geralmente são marcadas por execuções, amputações e chicotadas em praças públicas" nas áreas do norte e nordeste da Síria sob controle jihadista.

As execuções sumárias têm o objetivo de "instilar o terror na população" assegurar a submissão desta, segundo o relatório.

O documento afirma ainda que os jihadistas estimulam e, às vezes, obrigam a população a assistir as execuções. A maioria das vítimas é de homens adultos, mas a comissão afirma que jovens com idades entre 15 e 17 anos e mulheres também foram executadas.

A comissão que elaborou o relatório recebeu mandato do Conselho de Direitos Humanos da ONU para investigar e revelar as violações ao direito internacional no campo dos direitos humanos na Síria.

No texto, os investigadores acusam novamente o governo de Damasco de cometer crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

A comissão suspeita que o governo lançou barris de explosivos com cloro em Kafr Zeita, Al-Tamana e Tal Minnis, oeste do país.

"Há motivos razoáveis para pensar que utilizaram armas químicas, provavelmente cloro, oito vezes em um período de 10 dez dias no mês de abril", afirma a comissão.

Com informações da EFE e AFP.

EFE   
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