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Oriente Médio

Italiano sequestrado na Síria ouviu que ataque com gás foi de rebeldes

9 set 2013 - 12h46
(atualizado às 13h09)
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O jornalista Domenico Quirico é cumprimentado pela ministra italiana Emma Bonino (dir.) ao desembarcar em Roma, nesta segunda
O jornalista Domenico Quirico é cumprimentado pela ministra italiana Emma Bonino (dir.) ao desembarcar em Roma, nesta segunda
Foto: AP

O jornalista italiano Domenico Quirico, que permaneceu sequestrado por cinco meses na Síria, declarou nesta segunda-feira que chegou a escutar uma conversa de seus sequestradores na qual diziam que "a operação com gás em dois bairros de Damasco" foi perpetrada pelos rebeldes para provocar a intervenção militar do Ocidente.

Quirico ofereceu seu testemunho ao jornal italiano La Stampa, do qual é correspondente, em resposta às declarações realizadas por seu companheiro de cativeiro, o professor universitário belga Pierre Piccinin da Prata, que em uma entrevista a uma rádio de seu país, recolhida pelos meios de comunicação italianos, assegurou que o governo de Bashar al-Assad não utilizou gás sarin na periferia de Damasco.

"É uma loucura dizer que eu sei que não foi Assad o que utilizou o gás", afirmou Quirico, que ontem à noite voltou à Itália após ser libertado após cinco meses de cativeiro. Quirico assinalou que desconheciam tudo o que estava acontecendo na Síria durante seu sequestro e, "portanto, também o ataque com gás em Damasco".

No entanto, o italiano explicou que em uma ocasião escutou, desde o quarto no qual permaneciam retidos e através de uma porta entreaberta, uma conversa em inglês por Skype (chamadas pela internet) entre três pessoas.

Quirico ressaltou que desconhece os nomes dos participantes da conversa, mas que um deles se apresentou como um general do Exército Livre Sírio, enquanto nunca tinha visto o homem que lhe acompanhava, e que também não sabe nada do terceiro interlocutor com o qual falavam através de internet. "Nessa conversa - precisou Quirico - diziam que a operação com gás nos dois bairros de Damasco tinha sido perpetrada pelos rebeldes como provocação, para induzir o Ocidente a intervir militarmente e que, na sua opinião, o número de mortos era exagerado".

Quirico reiterou que desconhece se o dito nessa conversa "é certo", insistiu que desconhece a identidade dos três participantes da mesma e em que não dispõe de elementos para assegurar que as afirmações estivessem baseadas em fatos reais ou se eram boatos. "É importante saber as condições nas quais nos encontrávamos e não se pode esquecer que éramos prisioneiros que escutavam coisas através das portas. Não tenho elementos para julgar (...) É uma loucura dizer que eu sei que não foi Assad que utilizou o gás", concluiu o jornalista.

Em 29 de abril, o jornal La Stampa denunciou o desaparecimento de Quirico, após não ter notícias do jornalista em 20 dias e explicou que a última vez que haviam falado com ele foi depois que conseguiu entrar na Síria para realizar uma série de reportagens na zona de Homs. Ontem à noite, o jornal anunciou que o jornalista tinha sido liderado e que ia viajar de volta à Itália de forma imediata.

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EFE   
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