Irã alerta EUA: se fizerem estupidez, resposta será decisiva
"Se os Estados Unidos fizerem uma estupidez, nossa resposta será decisiva", alertou presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento iraniano
Um funcionário iraniano, em visita a Damasco, advertiu neste domingo que os interesses dos Estados Unidos serão "ameaçados" se Washington lançar um ataque contra o regime sírio, um aliado de Teerã. "Espero que os Estados Unidos não realizem tal ação precipitada e irracional, dada a delicada situação na região", declarou Allaeddine Boroujerdi, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento iraniano.
"As questões de segurança na região estão intimamente ligadas. Os americanos não podem ameaçar os países da região e esperar que os seus interesses não sejam ameaçados", disse durante uma coletiva de imprensa na embaixada iraniana em Damasco.
"Se os Estados Unidos fizerem uma estupidez, nossa resposta será decisiva", alertou Boroujerdi, sem dar mais detalhes, de acordo com a tradução para o árabe de seu intérprete.
"Nós no Irã, responderemos com força a qualquer agressão e defenderemos os nossos interesses nacionais", acrescentou Boroujerdi, consultado pelos jornalistas sobre a reação de Teerã quanto a um possível ataque à Síria.
Ele se referiu ao eixo estratégico que liga o seu país ao regime da Síria e ao Hezbollah, que combate os rebeldes ao lado do Exército sírio.
Várias autoridades políticas e militares iranianas lançaram alertas a Washington em caso de ataque contra o regime sírio, acusado de matar civis com armas químicas.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, afirmou que o Congresso americano não pode substituir a ONU. "O Congresso não pode autorizar ataques (contra a Síria) e este ataque será efetuado em violação ao direito internacional", declarou Zarif, citado pela agência Isna, afirmando que "apenas o Conselho de Segurança da ONU - em condições particulares - pode dar uma autorização" para o uso da força.
"Obama não pode interpretar a lei internacional" em seu benefício, acrescentou o chefe da diplomacia iraniana, que novamente alertou para uma desestabilização da região em caso de ataque americano. "Além da questão da legalidade, qualquer uso da força na região iniciará um incêndio difícil de ser apagado", disse o chanceler.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, ressaltou que uma intervenção militar na Síria "seria um desastre para a região", enquanto o chefe do Estado-Maior, o general Hassan Firouzabadi, considerou que a ação militar contra a Síria levará Israel, um aliado de Washington, "à beira das chamas".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ao Congresso autorização para atacar o regime sírio e rejeitou a perspectiva de uma intervenção em curto prazo.
Ativistas e oposição denunciam ataque com armas químicas na Síria
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam