O governo sírio supostamente está usando milícias locais conhecidas como comitês populares para cometer assassinatos em massa que são, por vezes, de natureza sectária, disseram investigadores de direitos humanos da ONU, nesta segunda-feira.
A revolta na Síria começou há dois anos como protestos em grande parte pacíficos, mas se transformou em uma guerra civil opondo principalmente rebeldes sunitas contra o presidente Bashar al-Assad, cuja fé alauíta é uma ramificação do islamismo xiita.
"Em uma tendência preocupante e perigosa, assassinatos em massa supostamente perpetrados pelos comitês populares têm, por vezes, tomado tons sectários", disse a comissão de inquérito da ONU sobre a Síria, liderada pelo brasileiro Paulo Pinheiro, em seu último relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça.
Os investigadores, que citam relatos de testemunhas e vítimas, também disseram que as pessoas estavam sendo perseguidas ou presas pelos comitês porque são de regiões consideradas como sendo de apoio à rebelião.
O embaixador da Síria, Faysal Khabbaz Hamoui, tomou a palavra no Conselho para negar o relatório, afirmando que foi feito como base em "informações parciais a partir de fontes não confiáveis", e acusou Catar e Turquia de "apoiar o terrorismo" em seu país".
Ambos os lados do conflito, que está atolado em um "impasse destrutivo", cometeram violações contra civis, disseram os investigadores da ONU. Os corpos dos mortos em massacres foram queimados ou jogados em rios, acrescentaram.
As forças rebeldes regularmente executam soldados sírios e milicianos capturados, e criaram centros de detenção em Homs e Aleppo, disse o relatório.
Em meio à guerra, inverno rigoroso deixou região norte da Síria, incluindo Homs, sob neve
Foto: Young Lens Homsi / Divulgação
Vista de parte de Homs sob neve e montanhas que separam a Síria do Líbano, um dos destinos de refugiados sírios
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Frio e neve aumentaram desde janeiro e dificultaram a vida da população civil em meio aos bombardeios e combates entre tropas rebeldes e do governo
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Destruição e escombros cobertos de neve são cenas comuns em Homs
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População de Homs e outras regiões da Siria convivem com frio intenso, destruição e falta de estrutura para atender suas necessidades básicas
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Agências humanitárias internacionais falam que milhares de pessoas passam por situação de maior risco com o inverno
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Rua vazia de Homs, população evita as ruas com tiroteios entre rebeldes e tropas governamentais, além do frio
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Igreja em Homs danificada por bombardeios fica coberta com neve. Segundo ativiustas, locais religiosos também não são poupados por ataques
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Bairro de Homs sob intensa nevasca. De acordo com ag6encias humanitárias, a população civil necessita de combustível para aquecedores, medicamentos, comida, roupas e cobertores
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Ativistas falam que algumas escolas ainda funcionam, mas poucas crianças chegam às salas de aula por falta de infraestrutura e condições de segurança
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Alguns bairros da cidade de Homs vivem sob cuidadosa normalidade, apesar dos combates acontecerem a poucos quarteirões, em distritos vizinhos
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Cemitérios improvisados nos subúrbios de Homs. Segundo ativistas, pessoas enterradas foram vítimas de bombardeios, falta de assistência médica ou, em alguns casos, de frio e fome
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Sob bombardeio e sitiada há mais de um ano, grande parte de Homs estaria completamente em ruínas, segundo ativistas
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Apesar da situação humanitária caótica e o frio, soldados rebeldes continuam a combater tropas do governo
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Rebeldes tentam superar frio e cansaço para defender suas posições frente às tropas leais ao presidente sírio Bashar al-Assad
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