Governo da Síria anuncia que participará de encontro de paz "sem precondições"
O governo da Síria anunciou nesta quarta-feira sua intenção de participar "sem precondições" de um encontro de paz para tentar dar fim ao conflito que já deixou mais de 80 mil mortos. O encontro, batizado de Genebra II, é idealizado por Estados Unidos e Rússia como um modo de colocar governo e oposição sírios frente a frente para encontrar uma solução pacífica para a guerra civil que consome o país desde março de 2011.
O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Internacionais do presidente Bashar al-Assad, Walid Muallem. Segundo o chanceler, a proposta do governo é participar de Genebra II "sem precondições" e com "boas intenções". Muallem também afirmou que Assad permanecerá no comando do país até as eleições presidenciais marcadas para 2014 - postura já defendida pelo próprio Assad anteriormente. Assad poderá concorrer à reeleição, completou o ministro.
Até agora, governo e oposição falharam em estabelecer uma linha de diálogo que permita reduzir a violência que se disseminou por todo o país. Os governistas defendem que o governo de Assad é legítimo e descartam qualquer hipótese de renúncia. Os diferentes grupos opositores, por sua vez, têm alternado diferentes graus de exigência, mas tendem a demandar a saída do presidente como condição necessária para o futuro da Síria.
A cisão interna se reflete no plano internacional, onde Rússia e China (aliados de Assad), não encontraram acordo sobre como proceder no conflito com Estados Unidos, Reino Unido e França (críticos do presidente sírio e simpatizantes da oposição). A recente aproximação entre Moscou e Washington para possibilitar um encontro de paz que coloque governo e oposição na mesma mesa de negociação é um movimento novo nesses mais de dois anos de conflito, cuja violência transbordou das fronteiras sírias para seus vizinhos no Oriente Médio.
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