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Mundo

Fundador da jihad islâmica pede luta contra Mubarak

3 fev 2011 - 20h18
(atualizado às 21h05)
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Um dos fundadores do grupo "Jihad Islâmica egípcia", Sarwat Salah Shehata, condenado à morte no Egito, chama os egípcios a continuar a luta "contra o faraó e seu partido podre", referindo-se ao presidente Hosni Mubarak.

Vídeo mostra agressão a jornalistas no Egito:

Em um comunicado datado de 2 de fevereiro, publicado em uma página islamita e traduzido para o inglês nesta quinta-feira pelo centro americano de vigilância de sites islâmicos (SITE), Shehata cumprimenta "a atitude valente do respeitável povo egípcio frente à tirania".

"Surgiram sinais de vitória, portanto, continuem seu combate até o fim e não se contentem com reformas ministeriais, como cortes de preços, aumentos salariais ou qualquer outra solução à qual esse regime desesperado possa recorrer. O faraó e seu partido pobre devem sair", escreveu.

Desde 25 de janeiro, o Egito é cenário de uma onda de protesto popular contra o regime de Hosni Mubarak.

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Já os Irmãos Muçulmanos disseram que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak.

A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos na capital. Manifestantes pró e contra o governo Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. O número de mortos é incerto, entre seis e dez, e mais de 800 pessoas ficaram feridas. No dia seguinte, o governo disse ter iniciado um diálogo com os partidos. Mas a oposição nega. Na praça Tahrir e arredores, segue a tensão.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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