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Distúrbios no Mundo Árabe

Países pedem ação imediata da ONU em local de ataque químico na Síria

Países europeus e Estados Unidos já se manifestaram pedindo ação da ONU; Liga Árabe afirma que se trata de "violação da lei internacional humanitária"

21 ago 2013 - 09h16
(atualizado às 14h01)
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O presidente francês, François Hollande
O presidente francês, François Hollande
Foto: Reuters

Países da União Europeia (UE) pediram a Síria permita a ONU investigar o uso de armas químicas e ter acesso sem restrições a uma área próxima a Damasco onde teria ocorrido um ataque nesta quinta por parte do governo. A oposição denunciou hoje que o regime lançou um ataque com armas químicas em várias localidades de Damasco que deixou mais de 1.300 mortos. O exército sírio negou as acusações.

Uma missão da ONU para investigar o suposto uso de armas químicas na Síria chegou há três dias no país. "Estamos à espera de mais informação, mas se for comprovado, seria uma escalada estremecedora no uso das armas químicas na Síria", afirmou o ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague. Ele acrescentou que está "profundamente preocupado" com relatos de que centenas de pessoas, incluindo crianças, foram mortas.

A Grã-Bretanha oferece assistência não-letal aos rebeldes que lutam para derrubar Assad, mas não chegou a enviar-lhes armas e viu os seus esforços diplomáticos para pressionar Assad frustrados pela Rússia e pela China nas Nações Unidas.

A França também se manifestou a respeito do suposto ataque. "Se for confirmado, não será somente um massacre, mas uma atrocidade sem precedentes. A missão da ONU precisa imediatamente investigar o ataque", disse o primeiro-ministro francês, Laurent Fabius. Já o porta-voz do governo francês afirmou que o presidente François Hollande "anunciou sua intenção de pedir à ONU que a missão se desloque para desenvolver uma investigação".

O ministro sueco de Relações Exteriores, Carl Bildt, também demonstrou sua preocupação com as informações. "Peço que deem permissão para a missão ter acesso imediato aos locais para podermos ter conhecimento dos fatos. O ataque ocorreu no mesmo dia da inspeção de armas da ONU, portanto a missão está justamente ao lado", afirmou.

Liga Árabe

O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby, também pediu que a missão da ONU se dirija imediatamente à periferia de Damasco. Em comunicado, Al Arabi "condenou o crime terrível que causou a morte de sírios pelo uso de gases tóxicos e bombardeios contra Guta Oriental". O Atque, segundo ele é uma "violação da lei internacional humanitária". Além disso, fez uma chamada para que organizações médicas e de salvamento, tanto árabes como internacionais, assim como as agências da ONU, atuem imediatamente para salvar os feridos.

Estados Unidos

O governo dos Estados Unidos também manifestou hoje a sua preocupação com as informações sobre um ataque letal com armas químicas na Síria, e exigiu que os especialistas da ONU tenham "acesso imediato" a testemunhas, vítimas e locais onde, supostamente, essas armas foram usadas.

"Pedimos formalmente às Nações Unidas que investigue de forma urgente", declarou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em um comunicado, depois de a oposição síria ter denunciado a morte de 1.300 pessoas perto de Damasco. "Estamos trabalhando com urgência para recolher informações adicionais", indicou Earnest.

"Para que os esforços da ONU tenham credibilidade, eles precisam ter acesso imediato a testemunhas e indivíduos afetados, e ter a permissão para examinar e coletar evidências físicas sem interferência alguma ou manipulação do governo da Síria", acrescentou. "Se o governo da Síria não tem nada a esconder e está verdadeiramente comprometido com uma investigação imparcial e crível sobre o uso de armas químicas na Síria, vai facilitar o acesso imediato e irrestrito da equipe da ONU a esse local", considerou o governo americano.

Milhares de mortos

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, denunciou ao menos uma centena de mortes causadas por foguetes com agentes químicos na madrugada de hoje. Diferentes grupos ligados à oposição afirmam que os mortos chegam a 1.300. Autoridades do governo de Bashar al-Asad, no entanto, negam qualquer ataque. A televisão estatal síria citou uma fonte do Ministério de Informação, dizendo que "não há verdade alguma" nos relatos.

Fonte: Terra
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