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Oriente Médio

Fotógrafos mostram vida de crianças em cidade sitiada na Síria

25 nov 2012 - 08h35
(atualizado em 10/5/2013 às 15h55)
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Um grupo de fotógrafos na cidade síria de Homs retrata o dia a dia de crianças em diversos bairros alvos de bombardeios diários de tropas do governo e combates entre militantes rebeldes e militares leais ao presidente Bashar al-Assad. Nas fotos, crianças aparecem em diversas situações nas ruas da terceira maior cidade do país - em momentos de brincadeiras, de medo, em escolas improvisadas ou mostrando cartazes com mensagens que expressam seus sentimentos em um país em guerra civil. Formado em maio deste ano, o grupo se chama Jovens Lentes de Homs e foi criado por 10 jovens ativistas que usam câmeras profissionais para fotografar o cotidiano da guerra.

Irmãos posam em frente à casa onde moravam, destruída por bombardeios das tropas do governo sírio, em Homs
Irmãos posam em frente à casa onde moravam, destruída por bombardeios das tropas do governo sírio, em Homs
Foto: Young Lens Homsi / Divulgação

O conflito na Síria já dura 20 meses, desde que protestos populares iniciaram na onda da Primavera Árabe exigindo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, há 12 anos no poder. Em poucos meses, devido à repressão das forças de segurança e milícias pró-governo, desertores do Exército e militantes iniciaram uma luta armada contra o governo, formando o Exército Livre da Síria (ELS).

Segundo estimativas das Nações Unidas e ativistas sírios, a guerra já deixou mais de 35 mil mortos, entre civis, militares do governo e militantes rebeldes. Com o aumento das atividades militares das forças rebeldes contra alvos do governo, os combates atingiram as principais cidades da Síria e provocaram a fuga de milhares de famílias de suas casas.

A agência para refugiados da ONU declarou que mais de 400 mil pessoas fugiram para países vizinhos - Turquia, Jordânia e Líbano - na condição de refugiados. Além disso, cerca de dois milhões de pessoas foram deslocadas de suas cidades na Síria, tornando-se refugiados internos.

Inverno árabe

A entidade de caridade internacional Save the Children alertou que cerca de 200 mil crianças refugiadas sírias correm sério risco devido às temperaturas baixas com a chegada do inverno no Oriente Médio. Segundo a organização, muitas crianças sobrevivem com poucos agasalhos. Os alojamentos adequados também são insuficientes, deixando-as suscetíveis às duras condições do ambiente.

Outras organizações humanitárias também alertaram para os traumas psicológicos em crianças, já que muitas testemunharam cenas de violência, destruição e mortes de parentes. A Save the Children e outras agências fazem apelos constantes por doação de fundos para atender não apenas crianças, mas também idosos e doentes em situação de risco.

A própria ONU também fez recentemente um apelo por doações em que declarou que suas agências humanitárias e outras organizações internacionais enfrentam o problema de falta de fundos, colocando em sério risco os trabalhos de ajuda aos refugiados sírios no exterior e dentro da Síria. "Dos US$ 348 milhões que foram pedidos como o mínimo possível para a continuidade dos trabalhos humanitários, a ONU recebeu somente 151 milhões, insuficiente para lidarmos com a situação", declarou o coordenador regional humanitário das Nações Unidas na Síria, Radhouane Nouicer.

Em uma conferência de imprensa em Bruxelas, ele disse que o inverno na região exigirá a distribuição de tendas, cobertores, aquecedores e outros utensílios domésticos para proteger os refugiados. Segundo ele, o plano de inverno exigiria cerca de US$ 60 milhões, mas somente US$ 20 milhões foram doados à agência da ONU.

Fonte: Especial para Terra
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