PUBLICIDADE

África

Forças pró-Kadafi assumem controle de Ras Lanuf

10 mar 2011 - 13h13
(atualizado às 15h31)
Compartilhar

As forças que apoiam o regime de Muammar Kadafi tomaram o controle da cidade petroleira de Ras Lanuf, a cerca de 450 km a leste de Benghazi, e os opositores do regime línio fugiram em direção a Brega, segundo a rede de televisão Al Jazeera.

info infográfico líbia infromações sobre o país
info infográfico líbia infromações sobre o país
Foto: AFP

O correspondente da emissora, que acompanha as forças rebeldes em sua retirada, disse que o número de mortos era muito grande, e entrevistou um comandante que declarou ter perdido todos os soldados de sua tropa.

Os intensos bombardeios aéreos desta quinta-feira foi decisivo para acabar com a resistência rebelde.

O ataque foi iniciado no sul e no oeste de Ras Lanuf, acrescentou a Al Jazeera, explicando que a ofensiva foi "muito brutal e profissional".

Os milicianos admitiram que não contavam com as armas necessárias para resistir à ofensiva das forças pró-Kadafi, que também contaram com artilharia pesada em terra.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido. Muitas dezenas de milhares já deixaram o país.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte. Desde então, as aparições televisivas do líder líbio têm sido frequentes, variando de mensagens em que fala do amor da população até discursos em que promete vazar os olhos da oposição.

Não apenas o clamor das ruas, mas também a pressão política cresce contra o coronel. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade. Mais recentemente, o Tribunal Penal Internacional iniciou investigações sobre as ações de Kadafi, contra quem também a Interpol emitiu um alerta internacional.

EFE   
Compartilhar
Publicidade