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Distúrbios no Mundo Árabe

Fim do conflito na Síria é "quase impossível", diz enviado da ONU

3 set 2012 - 04h32
(atualizado às 05h17)
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As tentativas diplomáticas para colocar um fim ao conflito na Síria "são quase impossíveis" e não está sendo feito o suficiente para terminar com os confrontos, afirmou nesta segunda-feira o novo enviado das Nações Unidas e Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, em uma entrevista para a rede BBC.

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"Eu sei o quanto isso é difícil - como é quase impossível. Eu não posso dizer impossível, mas quase impossível", declarou. "E nós não estamos fazendo muito. Isto é um peso terrível", acrescentou.

Brahimi substituiu neste mês o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, como mediador do conflito. Annan apresentou sua renúncia no dia 2 de agosto, alegando falta de apoio das grandes potências a seus esforços para pôr fim à violência no país.

O mediador afirmou que assumiu o cargo com os olhos abertos, sem ilusões, e que está assustado com a responsabilidade da missão, uma vez que as pessoas dizem que há muitos sendo mortos e não há nada sendo feito.

Brahimi declarou que ainda não encontrou "aberturas" no "grosso muro" que impossibilitou o trabalho de seu antecessor Koki Annan - um governo "instransigente" na Síria, a escalada da violência com os rebeldes e a falta de ações claras do Conselho de Segurança da ONU. Em relação ao governo de Damasco, o argelino disse que uma mudança política é "fundamental e urgente", mas se recusou a comentar se o presidente Assad deve deixar o poder.

Os conflitos têm aumentado no país. Segundo ativistas, cerca de 20 mil pessoas morreram desde o início do movimento contra o governo de Bashar al-Assad no mês de março. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), ligado aos rebeldes, disse que apenas no mês passado 5 mil pessoas foram mortas. Estima-se que 1 milhão de pessoas já deixaram suas casas por causa dos confrontos, que já tomam as proporções de uma guerra civil.

As imagens divulgadas pela televisão estatal mostraram o líder sírio na primeira fila de dezenas responsáveis e cidadãos sírios
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Foto: Sana / AFP
Fonte: Terra
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