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África

Filho de líder da Líbia: repressão a protestos foi um erro

20 fev 2011 - 20h32
(atualizado às 21h10)
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O filho do líder líbio Muamar Kadafi admitiu na noite deste domingo que a ação do Exército na repressão a manifestantes foi um erro. Em um comunicado transmitido pela televisão estatal do país, Saif Al-Islam Kadafi disse que houve excesso na ação militar. Não há números oficiais, mas estima-se que cerca de 200 pessoas tenham morrido até agora nos protestos no país.

Saif Kadafi "esclareceu" população e alertou contra cisão do país: "Não somos o Egito ou a Tunísia"
Saif Kadafi "esclareceu" população e alertou contra cisão do país: "Não somos o Egito ou a Tunísia"
Foto: AP

No entanto, Kadafi também criticou a ação de manifestantes. No longo pronunciamento, retransmitido por emissoras internacionais para o mundo, o filho do líder da Líbia indicou que entre os participantes dos protestos há "pessoas que roubaram armas e mataram soldados". "Se as pessoas estiverem armadas, nós teremos uma guerra civil", alertou.

Para Kadafi, há um "complô" por trás dos protestos, o que seria originado por manifestantes vizinhos pobres da Líbia. "Há pessoas que querem criar um governo em Benghazia. (...) Se a Líbia se separar, ela será dividida em pequenos emirados", analisou, indicando que isso levaria a um estado de guerra civil no país.

Os protestos na Líbia representam mais uma repercussão das revoluções populares que encerraram governos longevos na Tunísia e no Egito e produzem eco em inúmeros países no norte africano e no Oriente Médio. Kadafi, todavia, alertou repetidamente que "a Líbia não é o Egito ou a Tunísia", fazendo menção à natureza, na sua opinião, dos protestos líbios. "Não deixe seu entusiasmo levar você", alertou, dirigindo-se à população.

"Nós não queremos uma guerra civil na Líbia", reiterou. "Quem controla o país? Quem controla o petróleo? O que poderia acontecer na Líbia (em caso de guerra civil) é realmente perigoso". Ele acrescentou que o "Ocidente" não permitiria a cisão do país e prometeu à população que o regime líbio irá evoluir e se modificar.

O filho de Muamar Kadafi - que controla o país desde 1969 - também criticou a cobertura dos protestos feita pela mídia, indicando inúmeros vezes que os relatos feitos pelos jornalistas são "imprecisos". O pronunciamento ocorre de Kadafi ocorre após um fim de semana em que os protestos se espalharam pelo país e o volume de mortos e feridos cresceu de modo acentuado.

Fonte: Terra
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