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África

Filho de Kadafi diz que mediação internacional não é necessária

3 mar 2011 - 17h09
(atualizado às 18h06)
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Saif al Islam, filho do líder líbio Muammar Kadafi, disse nesta quinta-feira que não é necessário qualquer envolvimento internacional na mediação da crise na Líbia, quando questionado sobre a oferta da Venezuela.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

Saif afirmou em entrevista ao canal Sky News que não estava ciente da oferta feita pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, mas acrescentou: "Temos que dizer obrigado... mas somos capazes o suficiente para resolver nossos problemas por nosso próprio povo. Não há necessidade de qualquer intervenção internacional".

"(Os venezuelanos) são nossos amigos, os respeitamos, gostamos deles, mas estão muito longe. Eles não têm ideia sobre a Líbia. A Líbia está no Oriente Médio e norte da África. A Venezuela está na 'América Central'. Agradecemos."

Mais cedo, um porta-voz de Chávez disse que o governo líbio teria aceitado um plano da Venezuela que busca uma solução negociada para a insurreição na Líbia, incluindo o envio de uma comissão internacional para mediar a crise.

Uma fonte do governo venezuelano afirmou à Reuters que a Venezuela espera que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa liderar a comissão internacional, embora os planos de incluir Lula estivessem em um estágio muito "preliminar".

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

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