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Distúrbios no Mundo Árabe

Filho de Kadafi acusa televisões árabes de exagerar

26 fev 2011 - 10h00
(atualizado às 11h57)
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Saif al-Islam Kadafi, segundo filho do ditador líbio, Muammar Kadafi, acusou, em declarações à rede britânica

info infográfico kadafi líbia
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Foto: AFP
BBC

, as "televisões árabes hostis" do que chamou de "exagerada campanha midiática" contra o regime político liderado pelo pai.

Ele negou que as autoridades líbias tenham abrido fogo contra civis, como se informou na imprensa internacional e tal como testemunharam muitas pessoas, mas reconheceu que a Força Aérea tinha bombardeado depósitos de munição controlados por rebeldes. O filho de Kadafi, que fez doutorado na London School of Economics, criticou os manifestantes e disse que alguns deles querem uma solução "à afegã" dos problemas da Líbia. Saif al-Islam reconheceu que o leste da Líbia é "um autêntico problema", mas disse que o povo líbio apoia seu pai e sairá às ruas para defendê-lo.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

EFE   
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