Exército egípcio descarta entregar o poder rapidamente
25 nov2011 - 06h14
(atualizado às 07h22)
Compartilhar
O Exército egípcio descartou mais uma vez a hipótese de entregar imediatamente o poder, como exigem os milhares de manifestantes na Praça Tahrir do Cairo, que convocaram grandes protestos para esta sexta-feira.
De acordo com a imprensa, o Exército nomeou um ex-primeiro-ministro do presidente destituído Hosni Mubarak, Kamal el-Ganzuri, para formar um novo governo, no lugar Esam Sharaf, que renunciou na segunda-feira. O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) não confirmou a informação e as consultas prosseguem, a poucos dias do início das eleições legislativas.
O site do jornal governamental Al-Ahram informou que o CSFA não tomou uma decisão sobre Kamal el-Ganzuri. Mas a possível nomeação do economista de 78 anos não foi bem recebida pelos manifestantes da Praça Tahrir.
Os manifestantes também querem o fim do poder militar e a saída do principal comandante das Forças Armadas, o marechal Hussein Tantawi, acusado de perpetuar o regime de Mubarak.
O Exército pediu desculpas pelas mortes dos últimos dias, que chegaram a 41 em todo o país, 38 delas no Cairo, segundo o ministério da Saúde.
O ator e diretor americano Sean Penn (esq.) cumprimenta manifestantes na Praça Tahrir, no Cairo. Penn se juntou nesta sexta-feira à multidão que protestava contra a lei de emergência imposta pela junta militar que assumiu o país após a queda do presidente Hosni Mubarak
Foto: Reuters
Sean Penn segura uma bandeira egípcia se unir ao protesto na Praça Tahrir, o símbolo da revolução egípcia, que derrubou Mubarak em janeiro
Foto: Reuters
Sean Penn e o ator egípcio Jaled El Nabawy (esq.) cumprimentam manifestantes durante a manifestação
Foto: EFE
Os manifestantes denunciaram, em particular, a recente ampliação do setor de aplicação da lei sobre o estado de emergência, pilar do sistema repressivo na época de Mubarak
Foto: EFE
Milhares de manifestantes voltaram nesta sexta-feira à Praça Tahrir, no Cairo, para acusar o exército de dirigir o país sem transparência e de perpetuar o dispositivo repressor do passado
Foto: EFE
Mais de nove meses após a queda do presidente Hosni Mubarak, no dia 11 de fevereiro, os manifestantes regressaram a esta praça, símbolo da revolta do início do ano e que se tornou o principal ponto de protestos políticos
Foto: EFE
Penn aderiu a manifestação contrária à junta militar egípcia