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Oriente Médio

Exército combaterá toda resistência armada, diz governo sírio

15 jul 2012 - 17h31
(atualizado às 18h05)
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O regime de Damasco anunciou neste domingo que o exército combaterá qualquer resistência armada contra o Estado, enquanto vários grupos da oposição síria se reuniram no Cairo para elaborar um "roteiro" para uma eventual transição. As ameaças das autoridades sírias acontecem depois que aumentaram as críticas da comunidade internacional devido ao massacre de quinta-feira em Tremseh, onde, segundo a oposição, cerca de 200 pessoas foram mortas pelas mãos das tropas governamentais.

Dois membros do Exército Livre da Síria tomam posições de defesa em uma casa no bairro El Moalimin, em Homs, em imagem registrada no sábado
Dois membros do Exército Livre da Síria tomam posições de defesa em uma casa no bairro El Moalimin, em Homs, em imagem registrada no sábado
Foto: Reuters

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"Qualquer pessoa que empunhar armas contra o Estado estará em confronto com o exército", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Jihad Maqdisi, em entrevista coletiva para explicar a versão de Damasco sobre o ocorrido em Tremseh. Maqdisi alegou que os militares sírios realizaram a operação, sem utilizar armas pesadas, contra grupos terroristas; e que morreram 37 combatentes e dois civis, sem dar detalhes sobre baixas no exército.

Segundo o porta-voz, "Tremseh foi invadida por grupos terroristas que aterrorizaram a população e estabeleceram postos de comando, paióis de armas e centros de tortura dos sequestrados" em alguns prédios do povoado. Para apoiar a versão, a agência de notícias oficial síria, Sana, divulgou hoje as confissões de dois supostos terroristas que teriam participado de "assassinatos e atos de terrorismo" antes da entrada do Exército em Tremseh.

Nas declarações, os homens afirmaram ter sido recrutados à força por um grupo armado, que os obrigou a atirar em civis. Tremseh foi visitada ontem pelos observadores da ONU enviados à Síria, que manifestaram sua intenção de voltar a entrar para avaliar melhor a situação.

Em comunicado divulgado ontem à noite, a Missão de Observação da ONU na Síria (UNSMIS) informou que o massacre foi dirigido a "grupos e casas específicos, principalmente de desertores do exército e ativistas". A visita foi realizada apesar de os trabalhos da missão estarem suspensos devido à continuação da violência, que só hoje causou mais de 50 mortes, segundo os grupos opositores. As áreas mais castigadas pelos bombardeios das forças governamentais foram a província de Homs, a de Deir ez-Zor e alguns bairros de Damasco.

O ativista Abu Qais al Shami, que vive na capital, explicou à Efe por telefone que as forças governamentais bombardearam o bairro de Al Tadamun e depois entraram com tanques, o que gerou confrontos com insurgentes. O ataque, que continua, gerou milhares de retirantes e deixou dezenas de feridos, assim como crateras na estrada que leva ao aeroporto.

Enquanto isso, o Conselho de Coordenação Nacional (CCN), que representa a oposição interna síria, se reuniu com outros coletivos no Cairo, em um encontro do qual não participou oficialmente o principal grupo opositor no exterior, o Conselho Nacional Sírio (CNS). Hoje, segundo dia das reuniões, os opositores concentrarão suas discussões na soberania do Estado de direito; na indenização dos vitimados pela violência e pela repressão do regime de Damasco; na reconstrução da Síria e nos mecanismos para receber ajuda externa.

O porta-voz do CCN, Khalaf Dahud, informou à EFE que com os encontros pretende-se avançar nos detalhes do "roteiro" aprovado em 3 de julho para dirigir a fase posterior a uma hipotética queda do regime. O texto assinado previa o estabelecimento de um governo de transição integrado por forças opositoras e personalidades que não tenham as mãos manchadas de sangue, nem tampouco tenham roubado verba pública.

"Para construir um país democrático depois da queda do (presidente) Bashar al Assad, é preciso começar desde já a aprofundar o diálogo entre todas a forças da oposição e os grupos revolucionários", defendeu Dahud. No encontro deste fim de semana participaram, além de membros do CCN, os do bloco curdo, diversos coordenadores revolucionários e do insurgente Exército Livre Sírio (ELS), todos individualmente.

Em meio aos esforços diplomáticos para dar solucionar o conflito, o presidente russo, Vladimir Putin, se reunirá na próxima terça-feira com o mediador internacional da ONU, Kofi Annan, para tentar reforçar o plano de paz na Síria.

EFE   
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