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Mundo

Exército atira pela primeira vez em protestos no Cairo

2 fev 2011 - 13h02
(atualizado às 13h18)
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As tropas egípcias mobilizadas para acompanhar os protestos contra o presidente Hosni Mubarak no centro do Cairo, que continuam nesta quarta-feira pelo nono dia, dispararam tiros de advertência para tentar acalmar os enfrentamentos entre defensores do regime e manifestantes.

Começa greve geral no Egito:

"O exército e o povo de mãos dadas", gritou a multidão, depois que dezenas de pessoas ficaram feridas nos embates entre manifestantes contra e pró-Mubarak na Praça Tahrir.

Até o momento, os militares assistiam passivos aos distúrbios, e prometeram desde o primeiro dia que não usariam a violência contra os manifestantes.

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. Passaram a fazer parte dela o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro da Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que reinaugurou o cargo de vice-presidente, posto inexistente no país desde 1981. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Já o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. Apesar dos últimos protestos terem sido pacíficos, a ONU estima que cerca de 300 pessoas já tenham morrido no país desde o início dos protestos.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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