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Mundo

EUA vão pressionar Kadafi até que renuncie, diz embaixadora

1 mar 2011 - 11h04
(atualizado às 14h54)
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A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, disse nesta terça-feira que seu país vai manter a pressão política e financeira sobre o líder líbio, Muammar Kadafi, até que ele renuncie.

Manifestante segura cartaz que chama o líder Muammar Kadafi de "terrotista sangue frio", em Nalut
Manifestante segura cartaz que chama o líder Muammar Kadafi de "terrotista sangue frio", em Nalut
Foto: AP

Rice deu uma série de entrevistas a emissoras de TV dos EUA, nas quais falou sobre a situação na Líbia.

"Vamos manter a pressão sobre Kadafi até que ele deixe o poder e permita que o povo líbio se expresse livremente e determine seu futuro", declarou Rice ao programa Good Morning America, da rede ABC.

Mas ela afirmou ser prematuro falar sobre apoio material dos EUA para os rebeldes que buscam depor Kadafi, que está há 41 anos no poder.

"Estamos buscando o diálogo com todos os campos da sociedade líbia", disse ela. "Mas, para ser franca, ainda não se aglutinou uma oposição claramente unificada, por isso é prematuro nesta fase falar sobre reconhecimento ou concessão de material de apoio para tal oposição."

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

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