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Mundo

EUA rompem relações diplomáticas com regime de Kadafi

10 mar 2011 - 14h22
(atualizado às 15h59)
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O governo dos Estados Unidos rompeu relações diplomáticas com o regime político de Muammar Kadafi ao suspender os laços com a representação da embaixada líbia em Washington, anunciou nesta quinta-feira a secretária de Estado americano, Hillary Clinton.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

"Estamos suspendendo nossas relações com a embaixada líbia atual, de modo que esperamos deles que encerrem suas atividades (nos EUA)", declarou Hillary em uma audiência da Comissão de Dotações Orçamentárias da Câmara dos Representantes.

Esta medida demonstra que, para os EUA, Kadafi já não é o líder legítimo da Líbia e que, portanto, seus representantes na legação de Washington devem deixar o país e suas funções. A medida era questão de tempo já que o presidente dos EUA, Barack Obama, disse na semana passada que o coronel está "do lado errado da história" e deve "deixar o poder logo".

A situação na legação da Líbia ficou complicada desde que o embaixador, Ali Aujali, renegou o regime de Muammar Kadafi e içou a bandeira tricolor, anterior ao regime, em sua residência. Os EUA confirmaram depois que o governo da Líbia notificou o Departamento de Estado que o embaixador já não representava seus interesses, mas Washington ressaltou que via Ali Aujali como chefe legítimo da legação, porque um fax não era uma nota diplomática oficial.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país há quase um mês para pedir a renúncia do líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Entretanto, se tunisianos e egípcios fizeram história através de embates com as forças oficiais e, principalmente, protestos pacíficos por democracia, a situação da Líbia já toma contornos bem distintos.

Diferentemente da queda de Hosni Mubarak, cujo símbolo foi a aglomeração sistemática de centenas de milhares de manifestantes no centro do Cairo, a contestação de Kadafi tem levado a Líbia a uma situação próxima de uma guerra civil. Após a realização de protestos em grandes cidade, como Trípoli e Benghazi, o litoral mediterrânico da Líbia virou cenário de uma batalha diária entre as forças do coronel e a resistência rebelde pelo controle das cidades, como Sirte- cidade natal de Kadafi - e a petrolífera Ras Lanuf.

Não há números oficiais, mas estima-se que mais de mil pessoas já tenham morrido desde meados de fevereiro. A onda de violência, por sua vez, gerou um êxodo de mais de pelo menos 100 mil pessoas, muitas das quais fogem pelas fronteiras egípcia e tunisiana. Esses números, aliados à brutalidade dos confrontos - como, por exemplo, o bombardeio a cidades rebeldes - vêm mobilizando lideranças da comunidade internacional, que cogitam a instauração de uma zona de exclusão aérea na Líbia, mas ainda não acenam para uma intervenção no país.

EFE   
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