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Oriente Médio

EUA: "não há lugar para membros do regime de Assad no futuro da Síria"

29 mai 2013 - 10h04
(atualizado às 10h19)
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A embaixadora dos EUA perante a ONU em Genebra, Eileen Donahoe
A embaixadora dos EUA perante a ONU em Genebra, Eileen Donahoe
Foto: AP

Os Estados Unidos afirmaram nesta quarta-feira que não há lugar para o presidente Bashar al-Assad ou membros de seu regime no futuro da Síria, por serem os responsáveis diretos ou indiretos das atrocidades cometidas nos dois anos de conflito interno no país.

"O regime de Assad e seus partidários que cometeram crimes contra o povo sírio devem saber que o mundo está olhando e que (eles) deverão pagar por suas ações", disse a embaixadora dos EUA perante a ONU em Genebra, Eileen Donahoe.

Em seu discurso na sessão de emergência que o Conselho de Direitos Humanos dedica hoje à situação na Síria, Eileen destacou os esforços da comunidade internacional para abrir a via de uma solução política para essa guerra, mas ressaltou que também é preciso prevenir a impunidade.

Rússia e EUA acordaram recentemente convocar uma conferência internacional em Genebra - cuja data ainda não foi definida - a fim de acabar com a guerra civil na Síria e na qual está previsto que participem tanto representantes do Governo de Al-Assad, como das principais forças da oposição.

Por enquanto, Moscou conseguiu do Governo de Damasco o compromisso de enviar uma delegação a essa reunião, mas a oposição ainda não chegou a um acordo nesse sentido.

A sessão do Conselho de Direitos Humanos acontece por iniciativa de Catar, Turquia e EUA, que propuseram um projeto de resolução que pede ao governo sírio encerrar o cerco sobre a cidade de Al Qusair (oeste), durante o qual centenas de pessoas morreram e acredita-se que 40 mil civis estejam sem água, alimentos, eletricidade nem atendimento médico.

A partir de uma primeira versão desse documento, que só condenava os massacres cometidos na cidade atribuindo-as às forças governamentais, vários países negociaram incorporar uma chamada a "todas as partes" do conflito - referência implícita aos rebeldes - a deter suas ações e uma condenação a todas as formas de violência armada, venha de onde venha.

"Condenamos o papel direto do Hezbollah nas hostilidades, um papel que atiça as tensões na região, gera mais violência dentro da Síria e provoca instabilidade no Líbano", declarou Donahoe.

Além disso, a resolução que se propõe rejeita a intervenção de combatentes estrangeiros que atuaram na massacre de Al Qusair por conta do regime de Assad, em alusão à milícia libanesa xiita Hezbollah.

O embaixador da Síria, Faisal Hamui, adiantou que seu governo não reconhecerá a resolução, que disse estar "cheia de mentiras e hipocrisia" e acusou o Catar e a Turquia, seus dois patrocinadores, de estar entre os "principais responsáveis pelo derramamento de sangue" em seu país.

Acusou o primeiro de gastar bilhões de dólares para abastecer com armamentos os grupos rebeldes e o segundo de permitir a entrada e o treino em seu território de milicianos de organizações extremistas que depois passam à Síria para combater ao lado da oposição.

EFE   
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