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Distúrbios no Mundo Árabe

Egito proíbe rede 'Al Jazeera' de operar em seu território

30 jan 2011 - 07h51
(atualizado às 11h06)
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O ministro da Informação do Egito, Anas El Feki, proibiu a rede de televisão Al Jazeera, do Catar, de operar no Egito. A rede fazia uma ampla cobertura das manifestações contra o regime do presidente Hosni Mubarak, anunciou a agência oficial Mena.

O satélite egípcio Nilesat, administrado pelo Estado, foi o responsável por suspender a transmissão dos programas da Al Jazeera, anunciou hoje a emissora.

O ministro "ordenou que a Al Jazeera na República Árabe do Egito feche as portas, que sejam canceladas suas autorizações e que sejam retirados os crachás de imprensa de seus funcionários a partir de hoje (domingo)", afirmou a Mena. A Al Jazeera continuava transmitindo imagens do Egito no momento do anúncio da proibição.

Egípcios desafiam governo Mubarak

A onda de protestos dos egípcios contra o governo do presidente Hosni Mubarak, iniciados no dia 25 de janeiro, tomou nova dimensão na última sexta-feira. O governo havia tentado impedir a mobilização popular cortando o sinal da internet no país, mas a medida não surtiu efeito. No início do dia dia, dois mil egípcios participaram de uma oração com o líder oposicionista Mohama ElBaradei, que acabou sendo temporariamente detido e impedido de se manifestar.

Os protestos tomaram corpo, com dezenas de milhares de manifestantes saindo às ruas das principais cidades do país - Cairo, Alexandria e Suez. Mubarak enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher, o qual acabou virtualmente ignorado pela população. Os confrontos com a polícia aumentaram, e a sede do governista Partido Nacional Democrático foi incendiada.

Já na madrugada de sábado (horário local), Mubarak fez um pronunciamento à nação no qual ele disse que não renunciaria, mas que um novo governo seria formado em busca de "reformas democráticas". Defendeu a repressão da polícia aos manifestantes e disse que existe uma linha muito tênue entre a liberdade e o caos. A declaração do líder egípcio foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia. O governo encabeçado por Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado.



Manifestantes sentados em cima de um veículo militar durante as manifestações no Cairo
Manifestantes sentados em cima de um veículo militar durante as manifestações no Cairo
Foto: Reuters
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