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Mundo

Egito: 500 pessoas se reúnem para manifestar apoio a Mubarak

2 fev 2011 - 07h38
(atualizado às 09h39)
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Quinhentos partidários do presidente egípcio Hosni Mubarak se reuniram nesta quarta-feira no Cairo para manifestar apoio ao governante, que na terça-feira deixou deixou claro que não cederia às manifestações que exigem sua renúncia.

Começa greve geral no Egito:

"Sim a Mubarak para proteger a estabilidade", afirma uma faixa posicionada nas proximidades do prédio da televisão nacional, a um quilômetro da Praça plaza Tahrir, onde acontecem os protestos diários contra o presidente. "Sim ao presidente da paz e da estabilidade", afirma outra faixa.

Perto do local, milhares de manifestantes, que passaram a noite na Praça Tahrir (Libertação), no centro do Cairo, em desafio ao toque de recolher, amanheceram nesta quarta-feira com gritos de pedidos de renúncia de Mubarak, no início do nono dia dos protestos que sacodem o Egito.

"Vamos, vamos, Hosni fora!", gritavam os manifestantes à medida que deixavam as barracas montadas na praça, um dia depois de uma mobilização de um milhão de pessoas em todo o país e da recusa de Mubarak em deixar o poder.

Na Praça Tahrir, epicentro da revolta popular, muitas faixas exigem o fim do regime de Mubarak.

Uma deles afirma em inglês "People demand removal of the regime" (O Povo exige a queda do regime) e outra, em árabe, dirigida a Mubarak tem apenas a mensagem "Vá!".

Protestos convulsionam o Egito

A onda de protestos contra o presidente Hosni Mubarak, iniciados em 25 de janeiro, tomou nova dimensão no dia 29. O governo havia tentado impedir a mobilização cortando a internet, mas a medida não surtiu efeito. O líder então enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher - ignorado pela população - e disse que não renunciaria. Além disso, defendeu a repressão e anunciou um novo governo, que buscaria "reformas democráticas". A declaração foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia.

O governo encabeçado pelo premiê Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado. Passaram a fazer parte do novo governo o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro de Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que inaugura o cargo de vice-presidente do Egito - posto inexistente no país desde o início do governo de Mubarak, em 1981. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da política antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição segue se articulando em direção a um possível novo governo para o país. Em um dos momentos mais marcantes desde o início dos protestos, ElBaradei discursou na praça Tahrir e garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na segunda-feira, o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não vão dialogar com o novo governo. Depois de um domingo sem enfrentamentos, os organizadores dos protestos convocaram uma enorme mobilização para a terça, dia 1º de fevereiro. Uma semana após o início dos protestos, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse que informações não confirmadas sugerem que até 300 pessoas podem ter morrido e que há mais de 3 mil feridos do país.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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