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Mundo

Discurso de Mubarak pode ser insuficiente, diz fonte dos EUA

1 fev 2011 - 20h33
(atualizado às 21h40)
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O anúncio do presidente egípcio, Hosni Mubarak, de que não se apresentará à reeleição em setembro é "significativo", mas poderá ser insuficiente para os manifestantes, disse nesta terça-feira um funcionário americano.

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, discursa pela segunda vez à nação na TV
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, discursa pela segunda vez à nação na TV
Foto: AP

"O anúncio o presidente é significativo, mas a questão é se será satisfatório para as demandas do povo na praça da libertação", disse o funcionário sob condição de anonimato.

Cerca de 1 milhão de egípcios saíram às ruas de todo o país nesta terça-feira para pedir a saída de Mubarak, que horas mais tarde anunciou que não se candidataria novamente à reeleição presidencial em setembro, depois de 30 anos no poder.

Protestos convulsionam o Egito

A onda de protestos contra o presidente Hosni Mubarak, iniciados em 25 de janeiro, tomou nova dimensão no dia 29. O governo havia tentado impedir a mobilização cortando a internet, mas a medida não surtiu efeito. O líder então enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher - ignorado pela população - e disse que não renunciaria. Além disso, defendeu a repressão e anunciou um novo governo, que buscaria "reformas democráticas". A declaração foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia.

O governo encabeçado pelo premiê Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado. Passaram a fazer parte do novo governo o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro de Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que inaugura o cargo de vice-presidente do Egito - posto inexistente no país desde o início do governo de Mubarak, em 1981. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da política antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição segue se articulando em direção a um possível novo governo para o país. Em um dos momentos mais marcantes desde o início dos protestos, ElBaradei discursou na praça Tahrir e garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na segunda-feira, o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não vão dialogar com o novo governo. Depois de um domingo sem enfrentamentos, os organizadores dos protestos convocaram uma enorme mobilização para a terça, dia 1º de fevereiro. Uma semana após o início dos protestos, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse que informações não confirmadas sugerem que até 300 pessoas podem ter morrido e que há mais de 3 mil feridos do país.



AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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