PUBLICIDADE

África

Demissão do CNT causaria guerra civil na Líbia, adverte líder

22 jan 2012 - 19h45
(atualizado às 20h42)
Compartilhar

O chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafá Abdeljalil, advertiu neste domingo que uma demissão do grupo que ele dirige provocaria uma guerra civil na Líbia, após o aumento dos protestos contra as novas autoridades do país.

"Não nos demitiremos porque (a demissão) nos levaria a uma guerra civil", disse Abdeljalil, durante entrevista à emissora de TV Libya Al Hurra (Líbia Livre).

Mais cedo, o vice-presidente do conselho, Abdelhafidh Ghoga, tinha anunciado à rede de televisão do Qatar Al-Jazeera sua demissão "pelo interesse da nação", depois que centenas de manifestantes pediram sua renúncia.

Contudo, membros do CNT contatados pela AFP disseram que não estavam a par da renúncia de Ghoga, e disseram que ele não participou das reuniões do Conselho realizadas no sábado e no domingo.

Ghoga explicou que já não há o mesmo consenso no CNT e não quer que o conflito gerado em torno de sua pessoa tenha um "impacto negativo" no Conselho. "O mais importante é preservar o CNT", afirmou.

"Não sabemos o que acontece de fato", disse, referindo-se aos "ataques contra as pessoas e as campanhas contra alguns membros do CNT".

Os manifestantes pedem a renúncia de Ghoga, porta-voz do CNT, acusando-o de "oportunista" e de ter pertencido ao regime de Muammar Kadafi.

Abdelhafidh Ghoga foi agredido na quinta-feira na Universidade de Ghar Yunes, em Benghazi, onde afirma ter ido assistir a uma cerimônia em homenagem aos mártires da revolução que derrotou Kadhafi.

"Não queremos Ghoga! O sangue dos mártires não foi derramado em vão!", gritavam os estudantes, que protestavam contra a detenção de 11 de seus colegas.

Pelo menos 4 mil estudantes líbios se manifestaram no domingo em Benghazi (leste) para protestar contra a detenção de 11 de seus companheiros após a agressão ao vice-presidente do CNT em sua universidade, informou um correspondente da AFP.

Os novos dirigentes líbios estão há semanas sob pressão. Os manifestantes pedem mais transparência e a exclusão de todos os membros do antigo regime.

O CNT pretende reunir-se para adotar a lei eleitoral que implantará a eleição de uma Assembleia Constituinte em junho.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade