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Oriente Médio

Cúpula da Liga Árabe adota declaração sobre a Síria

29 mar 2012 - 15h26
(atualizado às 16h02)
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A reunião de cúpula da Liga Árabe, realizada nesta quinta-feira em Bagdá, adotou por unanimidade uma resolução geral e uma declaração dedicada principalmente a Síria, principal tema de discussão deste encontro. Os representantes de 21 países árabes, que se reuniram durante cinco horas no Palácio Republicano da capital iraquiana, apóiam a missão do enviado especial Kofi Annan.

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Os líderes árabes pedem por um diálogo na Síria e a unificação da oposição, condenam as violações dos direitos Humanos contra os civis e consideram o massacre cometido pelas forças sírias no bairro Baba Amr, em Homs, como "crimes contra a Humanidade". Além da Síria, a "Declaração de Bagdá" aborda a questão palestina, a situação na Somália e as armas nucleares em poder de Israel.

A Síria foi excluída dos trabalhos da Liga Árabe devido à repressão da revolta iniciada em 15 de março do ano passado. Mais de 9 mil pessoas já morreram deste então segundo a ONU e uma ONG síria.

Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente

Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.

A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.

Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores, sem surtir grandes efeitos. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, as forças de Assad iniciaram uma investida contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. De acordo com cálculos de grupos opositores e das Nações Unidas, pelo menos 9 mil pessoas já morreram desde o início da crise Síria.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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