CS da ONU ordena fim de missão de observadores na Síria
O Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas ordenou nesta quinta-feira o fim da missão de observadores da ONU na Síria, mas apoiou a permanência de um escritório político em Damasco. "As condições para prosseguir com a UNSMIS não foram cumpridas", afirmou o embaixador francês na ONU, Gerard Araud, após uma reunião do Conselho sobre o conflito na Síria. O mandato da Missão de Observação da ONU no país termina à meia-noite de domingo.
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"A missão chegará ao fim à meia-noite de domingo", informou Edmond Mulet, do departamento de manutenção de paz da ONU, à imprensa.Neste ano, o Conselho de Segurança da ONU autorizou o envio de 300 observadores militares desarmados à Síria para monitorar um cessar-fogo negociado entre o enviado da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, e Bashar al-Assad, presidente da Síria. Mas as hostilidades cresceram e a Missão de Observação da ONU na Síria suspendeu suas patrulhas no dia 15 de junho.
"Era uma decisão necessária, considerando a situação no país e a divisão existente no Conselho de Segurança", disse seu presidente rotativo, o embaixador francês Gérard Araud, depois que o órgão decidiu liquidar a missão e estender a presença da ONU na Síria mediante a criação de um escritório político.
O embaixador russo, Vitaly Churkin, lamentou a decisão, acusou "alguns países" de não ter mostrado "suficiente compromisso" para conseguir o fim do conflito e anunciou que propôs a realização na sexta-feira de uma reunião do Grupo de Ação para a Síria entre embaixadores na sede da ONU em Nova York.
"É preciso lançar uma chamada conjunta às partes do conflito para que cessem a violência e autorizem seus representantes a negociarem uma solução política", disse Churkin, que quis incluir nesse pedido internacional a Arábia Saudita e o Irã, como "agentes-chave" na região.
Nesta quinta-feira, o número de observadores caiu para 101, além de 72 funcionários civis. Mulet informou que o último observador deve deixar Damasco na sexta-feira da próxima semana. O Conselho de Segurança apoiou um plano do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para iniciar um escritório político intermediário em Damasco para monitorar os eventos.
Mulet informou à imprensa que ele provavelmente contará com 20 a 30 pessoas, com a participação de especialistas políticos, militares e humanitários. Ele acrescentou que o presidente sírio Bashar al-Assad aprovou a implementação do escritório político.
Com informações da agência EFE