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África

Com mil refugiados por hora, fronteira com Tunísia vive caos

28 fev 2011 - 18h41
(atualizado às 20h37)
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Pelo menos mil refugiados por hora, a maioria deles trabalhadores egípcios, estão chegando à fronteira líbia com a Tunísia, fugindo dos confrontos na Líbia envolvendo oposicionistas e partidários do líder, Muamar Khadafi. Segundo o correspondente da BBC Jim Muir, o fluxo de migrantes está criando caos na região.

info infográfico líbia infromações sobre o país
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Foto: AFP

O repórter disse que um grupo de jovens tunisianos protestava nesta segunda-feira contra a chegada de mais imigrantes, e os egípcios reclamavam da falta de ações do seu próprio governo para amenizar a situação. Segundo a ONU, mais de 100 mil pessoas buscaram refúgio nas fronteiras da Líbia com os dois países na última semana.

Acampamento

A Agência de Refugiados das Nações Unidas (UNHCR) anunciou a preparação de um campo de trânsito para abrigar pelo menos 10 mil pessoas provisoriamente entre a Líbia e a Tunísia. Em comunicado, a Agência disse ainda que quarenta voos e alguns navios deverão evacuar alguns dos que estão na fronteira.

O porta-voz da UNHCR Firas Kayal disse à BBC que precisaria de ajuda para repatriar os refugiados. "Até agora está sobre controle. No entanto, os números estão aumentando e a capacidade da comunidade local de absorver estes números está chegando ao limite", disse.

"Há uma necessidade urgente de que os governos destes cidadãos mandem aviões ou navios, ou qualquer meio de transporte, para levá-los para casa." Segundo Kayal, as autoridades da Tunísia informaram que, até a manhã desta segunda-feira, cerca de 55 mil pessoas teriam cruzado a fronteira desde o dia 20 de fevereiro.

No Egito, que também faz fronteira com a Líbia, estima-se que quase 60 mil tenham atravessado a fronteira desde o último dia 19.

Insegurança

Além de egípcios, números significativos de vietnamitas e cidadãos de Bangladesh, que também trabalham na Líbia, estariam tentando cruzar as fronteiras. A Organização Internacional de Migração estima que 1,5 milhões de imigrantes irregulares da África e da Ásia trabalhem na Líbia.

Desde então, cerca de 110 mil pessoas fugiram para as fronteiras com a Tunísia e com o Egito. O alto comissário de Refugiados da ONU, António Gutierres, pediu que os governos considerassem as necessidades de todas as pessoas vulneráveis e não só dos seus próprios cidadãos.

"Muitas destas pessoas se sentem ameaçadas e com medo, e não tem recursos", disse. "Africanos parecem correr mais riscos, porque eles estão sendo associados com mercenários estrangeiros. Estamos com receio de que eles não consigam chegar a um local seguro."

Durante os protestos, houve rumores de que o governo líbio teria contratado mercenários vindos da África subsaariana para disparar contra manifestantes pacíficos.

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