PUBLICIDADE

Mundo

Chávez reafirma que Kadafi aceita missão de paz na Líbia

3 mar 2011 - 23h49
(atualizado em 4/3/2011 às 01h26)
Compartilhar

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, confirmou nesta quinta-feira que o líder líbio, Muammar Kadafi, aceitou sua proposta de envio de uma missão internacional de paz à Líbia, onde um agravamento do conflito "levaria o barril de petróleo acima dos 200 dólares".

"Consegui falar com Kadafi anteontem por um momento (...) e perguntei: "Está disposto a receber uma comissão de países?" E ele respondeu: "Olha, Chávez, não apenas os países, que venha inclusive a ONU, para ver o que na verdade está ocorrendo aqui".

O líder venezuelano advertiu que o "petróleo pode superar os 200 dólares" o barril se o conflito na Líbia se transformar em uma "guerra internacional", como ocorreu no Iraque em 2003. "E isto não convém a ninguém no mundo".

Kadafi "não vai partir, sei que não vai, e por isso estão planejando matar Khadafi", disse Chávez, lembrando que o líder líbio e sua família já foram alvo de ataques no passado.

O porta-voz do departamento de Estado americano, Philip Crowley, descartou hoje a proposta de mediação da Venezuela, afirmando que "não é necessário que uma comissão internacional diga ao coronel Kadhafi o que precisa fazer para o bem de seu país e a segurança de seu povo".

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi

Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renuncioue pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbiostambém pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.

info infográfico kadafi líbia
info infográfico kadafi líbia
Foto: AFP
AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade