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Distúrbios no Mundo Árabe

Bombas incendiárias caem em Museu Egípcio no Cairo

2 fev 2011 - 16h01
(atualizado às 17h05)
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Bombas incendiárias foram atiradas na praça Tahrir, no Cairo, nesta quarta-feira, segundo uma testemunha. Um egiptólogo disse que algumas caíram no jardim do Museu Egípcio, que abriga a maior coleção mundial de tesouros faraônicos, sem causar danos.

Multidão participa de nono dia de protestos no Egito:

O egiptólogo, que estava em contato com o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, disse que, aparentemente, as bombas incendiárias estavam sendo atiradas por manifestantes favoráveis ao presidente Hosni Mubarak.

"Por enquanto o museu está seguro, mas não sabemos o que vai acontecer, porque os partidários de Mubarak estão descontrolados," acrescentou o egiptólogo, que se negou a ser identificado.

Saqueadores invadiram o Museu Egípcio na noite de sexta-feira, quebrando várias estátuas e danificando duas múmias. Uma fonte do Ministério da Defesa disse que o Exército apagou as chamas.

Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. Passaram a fazer parte dela o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro da Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que reinaugurou o cargo de vice-presidente, posto inexistente no país desde 1981. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.

Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Já os Irmãos Muçulmanos disseram que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. Apesar de os protestos de ontem terem sido pacíficos, a ONU estima que cerca de 300 pessoas já tenham morrido no país desde o início dos protestos.



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