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Oriente Médio

Atentado contra mesquita em Damasco mata líder religioso e dezenas de fiéis

21 mar 2013 - 15h16
(atualizado às 21h24)
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Um importante líder religioso sunita e dezenas fiéis morreram em um atentado suicida nesta quinta-feira à mesquita al-Imane no bairro Mazrra, no centro de Damasco. A estimativa mais pessimista, disponibilizada pelo governo sírio, aponta a morte de pelo menos 40 pessoas. Inicialmente, fala-se em 16 mortos. O ataque, confirmado pela oposição e pelo governo, ocorre em meio às acusações mútuas do uso recente de armas químicas na guerra civil síria que já dura mais de dois anos.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), um dos principais órgãos da oposição, e a agência estatal síria Sana, o líder religioso assassinado é o xeque sunita de origem curda Mohammad Said al-Bouti. Segundo a Sana, al-Bouti morreu enquanto ministrava uma aula de religião a alguns estudantes dentro da mesquita.

Al-Bouti é apontado como um dos clérigos mais importantes da Síria e favorável ao regime do presidente Bashar al-Assad. Pertencente a uma grande tribo dividida entre Síria, Turquia e Iraque, o religioso, nascido em 1929, era titular de um doutorado em ciências islâmicas da célebre Universidade Al Azhar, do Cairo.

Na Síria, o religioso era conhecido por seus discursos transmitidos com frequência na televisão estatal. Ele também dirigia o departamento de Crenças e Religiões da Universidade de Damasco, assim como a União de Xeques do grupo de países formado por Palestina, Síria, Líbano e Jordânia. O clérigo seria um aliado do regime desde o inicio do levante rebelde sírio, em março de 2011.

Bomba em mesquita de Damasco mata ao menos 15:

Líder opositor critica ataque

O chefe da Coalizão Nacional Opositora síria, Ahmed Moaz al-Khatib, reagiu com duras críticas ao atentado. "Condenamos categoricamente o assassinato do xeque Mohammad Said al-Bouti", declarou Khatib por telefone à AFP no Cairo. "É um crime de qualquer ponto de vista, que nós rejeitamos totalmente".

"Qualquer um que tenha feito isso é um criminoso. E suspeitamos que tenha sido o regime", acrescentou, acusando o governo do presidente Bashar al-Assad de ter matado há alguns dias uma outra autoridade religiosa, Riad al-Saad.

Khatib, que também é um líder religioso, acrescentou que conhecia al-Bouti, respeitado por sua erudição em matéria de teologia islâmica, mesmo que não estivesse de acordo com sua escolha de apoiar vigorosamente Assad. "Nossa religião e nossos valores não permitem tratar as divergências de opinião com assassinatos", declarou.

Após estimativas iniciais de 15 mortos, últimos boletins do governo no dia do atentado apontavam para 40 vítimas fatais
Após estimativas iniciais de 15 mortos, últimos boletins do governo no dia do atentado apontavam para 40 vítimas fatais
Foto: Sana / AP

Com informações das agências AFP e EFE.

Fonte: Terra
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