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Oriente Médio

Assad critica acusações de uso de armas químicas e diz que não renuncia

18 mai 2013 - 13h07
(atualizado em 4/12/2013 às 15h13)
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O jornalista Horacio Raña, da Télam, durante entrevista em Damasco com o presidente Bashar al-Assad
O jornalista Horacio Raña, da Télam, durante entrevista em Damasco com o presidente Bashar al-Assad
Foto: Télam / Reprodução

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, negou que seu governo tenha usado armas químicas contra populações civis, ao afirmar que isto não poderia ser escondido, e disse que as acusações poderiam ser utilizadas para justificar uma guerra contra seu país. Estas e outras declarações sobre a guerra civil que assola o país há mais de dois anos foram dadas à agência Télam e ao jornal Clarín, ambos da Argentina (originais no espanhol). A extensa entrevista - cujas gravações originais foram apreendidas, segundo os dois meios de comunicação - aconteceu em Damasco, a capital e sede do governo.

"As acusações contra a Síria a respeito do uso de armas químicas ou a minha renúncia mudam a cada dia. E é provável que se use como prelúdio de uma guerra contra nosso país", disse o presidente sírio. "Disseram que usamos armas químicas contra zonas residenciais. Se fossem usadas sobre uma cidade ou subúrbio com um saldo de 10 ou 20 vítimas acreditariam?". "O uso (de armas químicas) significaria a morte de milhares ou dezenas de milhares de pessoas em questão de minutos. Quem poderia esconder tal coisa?", questionou.

Assad negou que pense em renunciar. "Renunciar seria fugir", disse ao ser perguntado sobre a possibilidade de dar um passo atrás, como pediu o secretário de Estado americano, John Kerry. "Não sei se Kerry ou outro receberam um poder do povo sírio para falar em seu nome sobre quem deve sair e quem deve permanecer. Isto será determinado pelo povo sírio nas eleições presidenciais de 2014", afirmou. "Os Estados Unidos mudaram os instrumentos, mas não os princípios e passaram da invasão direta para outro tipo de guerras, acrescentou.

Segundo a ONU, o conflito sírio já deixou mais de 80 mil mortos - cifra que passou a aumentar expressivamente desde meados do ano passado, quando Kofi Annan renunciou ao posto de enviado especial ao conflito, que também passou então a ser considerado uma guerra civil pela Cruz Vermelha. Assad questionou o número da ONU. "Primeiramente devemos perguntar àqueles que defendem estas cifras sobre suas fontes e sobre sua credibilidade. Muitos dos mortos de que falam são extrangeiros que vieram matar o povo sírio, e há muitos sírios desaparecidos, de modo que não podemos dar um número preciso".

Questionado sobre o eventual uso excessivo de força por parte do governo contra os rebeldes, Assad afirmou que seu exército age do modo que a situação lhe exige. "Como definir se houve uso se força excessiva ou não? Qual é a fórmula? É pouco objetivo falar (sobre a violência) a partir deste ângulo porque se responde de acordo com o tipo de terorrismo que se enfrenta. O Exército e as forças de segurança têm a obrigação de responder garantindo que a zona seja limpa e, ao mesmo tempo, que os civis fiquem em segurança."

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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