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Europa

Assad: "armar rebeldes provocará terrorismo e pobreza na Europa"

18 jun 2013 - 05h04
(atualizado às 07h39)
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O presidente da Síria Bashar al Assad advertiu, em entrevista publicada nesta terça-feira pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, que a Europa "pagará o preço" por armar os rebeldes, pois considera que isso vai provocar mais pobreza e instigar o terrorismo no velho continente.

"Se os europeus fornecerem armas (aos grupos rebeldes), o 'quintal' da Europa se tornará terrorista e a Europa vai pagar o preço por isso", afirmou Assad.

"O terrorismo significa caos, o caos leva à pobreza, e a pobreza significa que a Europa perde um grande mercado. A segunda consequência seria a exportação direta do terrorismo para a Europa", acrescentou.

De acordo com Assad, o envio de armamento aos grupos opositores vai melhorar a formação de combate dos terroristas que, em algum momento, se voltarão para a Europa para cometer atentados.

O presidente sírio fez questão de colocar diferenças entre os países europeus, como a França e o Reino Unido, que têm uma "postura hostil em relação à Síria" e querem "enviar armas para os terroristas" e países como a Alemanha, que "se questionam de forma racional" sobre esse assunto.

O presidente sírio negou as acusações dos EUA, Reino Unido e França de que suas tropas fizeram uso de armas químicas na luta contra os rebeldes.

"Se Paris, Londres e Washington tivessem uma única prova de suas acusações, já teriam apresentado para todo o mundo", desafiou Assad.

O líder sírio considera que a denúncia de alguns países ocidentais sobre o uso de armas químicas esconde a intenção de se fazer uma intervenção militar em seu país.

"Tudo o que foi dito sobre o uso de armas químicas é a continuação das mentiras sobre a Síria. É uma tentativa de justificar uma intervenção militar maior", afirmou Assad.

A renúncia antes do fim de seu mandato em 2014 não é uma possibilidade, destacou o presidente sírio, que se mostra convencido de que "o presidente não é o problema".

"Outros Estados querem que o presidente renuncie a favor de um de seus lacaios", disse em tom depreciativo.

O ditador, que justificou o apoio militar e diplomático da Rússia e do Irã, garantiu que os "terroristas rebeldes" são os únicos responsáveis pela escalada da violência na guerra civil síria.

Após mais de dois anos de guerra civil, pelo menos 94 mil pessoas morreram, segundo os cálculos das Nações Unidas, e centenas de milhares deverão abandonar seus lares por conta dos combates.

EFE   
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