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Mundo

Ao menos 14 pessoas morreram em cidade líbia, dizem médicos

18 fev 2011 - 10h33
(atualizado às 10h58)
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Quatorze pessoas morreram na quinta-feira nos confrontos entre as forças de segurança e manifestantes que protestam contra o regeme de Muamar Kadhafi em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia, segundo um novo balanço enviado nesta sexta à AFP por fontes médicas locais.

info infográfico kadafi líbia
info infográfico kadafi líbia
Foto: AFP

"Chegamos a um total de 14 manifestantes mortos", indicou a fonte, que pediu o anonimato. Uma contagem da organização Human Rights Watch dava conta de oito pessoas mortas na quinta-feira em Benghazi.

Segundo a HRW, entretanto, as forças de segurança líbias já mataram pelo menos 24 manifestantes e feriram dezenas deles desde terça-feira, ao disparar diretamente contra a multidão que participa dos protestos pacíficos contra o governo.

"As autoridades deveriam parar de utilizar a força, a menos que seja absolutamente necessário, para proteger vidas, e abrir uma investigação independente sobre as mortes", indicou a HRW em um comunicado.

"Segundo várias testemunhas, as forças de segurança líbias dispararam e mataram manifestantes para dispersar as passeatas de protesto", acrescenta a nota da ONG.

Na quinta-feira, centenas de manifestantes marcharam nas cidades de Al Baiba, Benghazi, Zenten, Derna e Ajdabiya.

Um veículo de informação líbio e fontes médicas mantêm o balanço informado na quinta-feira: nove mortos.

Os confrontos mais violentos ocorreram na cidade de Al Baida, onde o hospital local fez um apelo por um reforço de suprimentos para cuidar dos 70 manifestantes feridos lá internados, metade deles em estado crítico.

Um dos feridos, que aguardava atendimento perto da unidade de tratamento intensivo do hospital, contou à HRW que a polícia usou munição de verdade para disparar contra o protesto, matando 16 e ferindo dezenas.

Em Benghazi, centenas de advogados e ativistas se reuniram na escadaria do tribunal local na quinta-feira, exigindo uma Constituição e respeito à lei.

Outro manifestante entrevistado pela ONG afirmou que agentes de segurança à paisana armados com facas se uniram às forças policiais para dispersar o protesto, investindo diretamente contra as pessoas.

Ele diz acreditar que pelo menos 17 tenham sido mortos pelos agentes, mas a HRW admite que apenas oito destas mortes foram confirmadas até agora.

"Os ataques brutais das forças de segurança contra os manifestantes pacíficos escancaram a realidade da violência de Muamar Kadhafi diante de conflitos internos", indicou Sarah Leah Whitson, diretora da HRW para o Oriente Médio e o Norte da África.

"Os líbios não podem ter suas vidas colocadas em risco ao exigir o respeito a seus direitos como seres humanos", acrescentou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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