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Mundo

AI pede investigação independente para apurar morte de Kadafi

20 out 2011 - 16h58
(atualizado às 17h20)
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A organização Anistia Internacional (AI) pediu nesta quinta-feira uma investigação independente para apurar as circunstâncias da morte do ex-ditador líbio Muammar Kadafi, que parece ter sido capturado vivo antes de receber um tiro. As imagens divulgadas nesta quinta por várias redes de televisão árabes mostram o ex-ditador líbio vivo, com o corpo todo ensanguentado e rodeado por rebeldes, isso antes de receber um tiro.

Em comunicado, a AI pediu ao Conselho Nacional de Transição (CNT) que divulguem todos os detalhes da morte de Kadafi, além de iniciar uma "investigação independente e imparcial para apurar o fato". A rede de televisão "Al Jazeera" mostrou nesta quinta imagens de Muammar Kadafi, que também foram divulgadas posteriormente por outras emissoras. Nelas, o ex-ditador aparece com o rosto parcialmente ensanguentado, mas ainda com vida, sendo carregado por um grupo de rebeldes.

Registradas possivelmente por um telefone celular ou uma câmera amadora, as imagens revelam um Kadafi totalmente desorientado, mas caminhando com seus próprios pés. Em um dado momento, o ex-ditador chega a olhar na direção da câmera que está gravando.

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição.

EFE   
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