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Dilma defende fim do embargo a Cuba e pede fórum de líderes

A presidenta participa da 3ª Cúpula da Celac em San Jose, na Costa Rica, até esta quinta-feira

28 jan 2015 - 23h44
(atualizado em 29/1/2015 às 07h41)
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<p>Dilma chega à Costa Rica para a Celac; a presidente defendeu fim do embargo a Cuba pelos EUA</p>
Dilma chega à Costa Rica para a Celac; a presidente defendeu fim do embargo a Cuba pelos EUA
Foto: BBC Mundo / Copyright

A presidenta Dilma Rousseff comemorou o restabelecimento das relações entre os Estados Unidos e Cuba, mas defendeu o fim do embargo econômico do país norte-americano à ilha. Ao discursar em sessão plenária da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), ela também defendeu a criação de um fórum composto por empresários dos países-membros como parte de um projeto de cooperação regional para enfrentar os problemas da economia internacional e retomar um crescimento “robusto”.

Ao iniciar sua fala, Dilma elogiou a “coragem" e "responsabilidade histórica" dos presidentes Barack Obama e Raul Castro pelo passo dado. Para ela, com o gesto, “começa a se retirar da cena latino-americana e caribenha o último resquício da Guerra Fria em nossa região”.

"Não podemos esquecer, todavia, de que o embargo econômico, financeiro e comercial dos EUA a Cuba, ainda continua em vigor. Essa medida coercitiva, sem amparo no direito internacional, que afeta o bem-estar do povo cubano e prejudica o desenvolvimento do país, deve, tenho certeza, do ponto de vista de todos países aqui representados, ser superada", declarou. Há exatamente um ano, e em outras ocasiões antes da normalização das relações, a presidenta havia se manifestado no mesmo sentido .

Dilma ressaltou ainda a "importante contribuição" do papa Francisco no restabelecimento das relações entre Cuba e EUA. O anúncio da normalização das relações entre os dois países é um dos temas que serão discutidos na cúpula, ao lado da aproximação do bloco com a China, que prometeu duplicar o intercâmbio comercial com a região e investir US$ 250 bilhões na próxima década.

Dizendo-se consciente de que a recuperação da economia mundial não ocorre com a força esperada, a presidenta declarou que a situação de baixo crescimento, queda no preço das commoditties e apreciação do dólar vai exigir "cautela e esforço" dos países da América Latina e do Caribe para estimular a competitividade na região.

Na opinião de Dilma, alguns subsídios "distorcem o comércio internacional" e as reações provocam "escaladas tarifárias" que dificultam as exportações de países em desenvolvimento. "Diante desse quadro torna-se urgente nossa cooperação, priorizando o comércio intrarregional e, ao mesmo tempo, sempre que possível, estimulando o desenvolvimento e a integração de nossas cadeiras produtivas", defendeu.

Após citar fóruns da comunidade com a China e com a União Europeia e pregar que a integração começa prioritariamente pelos vizinhos, a presidenta propôs a constituição de um fórum de empresários da Celac com a participação dos governos e das empresas. "Seu objetivo será desenvolver o comércio, aproveitar as oportunidades diversificadas que nossas economias oferecem, e estimular, quando possível, a integração produtiva, promovendo nossas relações com o resto do mundo”, explicou.

A presidenta participa da 3ª Cúpula da Celac em San Jose, na Costa Rica, até esta quinta-feira. O evento reúne chefes de Estado, de Governo e chanceleres dos 33 países americanos, com exceção dos Estados Unidos e do Canadá (que não são de origem latina). Presidentes do Uruguai, José Pepe Mujica, de Cuba, Raul Castro, da Venezuela, Nicolás Maduro, e do Chile, Michele Bachelet, estão no país para o encontro.

Após a reunião, Dilma se reúne reservadamente com os líderes da Colômbia, Juan Manoel Santos, e do Panamá, Juan Carlos Varela, e participa de jantar em homenagem aos chefes de Estado e de Governo oferecido pelo anfitrião, Luis Guillermo Solis Rivera, presidente da Costa Rica. Nesta quinta-feira, as lideranças se recolhem em um retiro e participam da transferência da presidência pro-tempore do bloco, da Costa Rica ao Equador.

Agência Brasil Agência Brasil
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