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Dilma aborda com Rajoy e rei Juan Carlos estímulo do comércio e investimentos

19 nov 2012 - 18h33
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A presidente Dilma Rousseff e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, presidiram nesta segunda-feira em Madri a cúpula bilateral entre os dois países de forte caráter econômico, na primeira visita oficial da governante à Espanha.

Dilma, que chegou a Madri após participar no fim de semana passado na Cúpula Ibero-Americana de Cádiz, manteve um encontro com Rajoy, no qual analisaram a possível participação de empresas espanholas em infraestruturas brasileiras e na construção de navios para esse país.

Posteriormente, e após oferecer uma entrevista coletiva conjunta, a presidente do Brasil participou de um almoço com o rei Juan Carlos, que encorajou as empresas brasileiras a investir na Espanha.

Roussef qualificou de "franca e produtiva" sua reunião com Rajoy, na qual ambos abordaram assuntos bilaterais, a crise econômica que a Europa vive, temas comerciais e conflitos internacionais como a atual ofensiva israelense contra a faixa palestina de Gaza.

Na entrevista coletiva, a presidente advertiu ao chefe do governo espanhol que só com medidas de austeridade não se pode sair da crise, embora tenha deixado claro que não procura dar "receitas" à Espanha.

Esclareceu que falava da experiência e após haver aprendido com "os erros" cometidos pelo Brasil, que durante duas décadas só lutou com medidas de ajuste fiscal.

"Só conseguimos sair da crise quando começamos a combinar medidas como o controle da inflação com outras de distribuição da renda", afirmou a governante brasileira.

A mandatária manifestou que as relações bilaterais estão em "um momento muito promissor", lembrou que no ano passado a relação comercial atingiu US$ 8 bilhões e que o Brasil é "um dos principais investidores na Espanha entre os países emergentes".

O chefe do Executivo espanhol detalhou alguma das questões abordadas a respeito da participação de empresas espanholas em projetos brasileiros.

Rajoy disse que conversou com Dilma sobre o trem de alta velocidade que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo, da Petrobras, além da construção de navios e das necessidades que o Brasil tem de fazer contratações para as infraestruturas que quer construir.

O presidente assegurou que já há contatos a respeito e que as empresas espanholas estão muito interessadas nesses projetos. O presidente do governo espanhol explicou que aproveitou a reunião para explicar à presidente brasileira que as empresas espanholas são muito boas em muitos setores como o elétrico, consultoria ou obra civil e estaleiros.

Por sua vez, o rei Juan Carlos I estimulou as empresas brasileiras a investirem na Espanha, e fez insistência nos vínculos e afinidades que existem entre Espanha e Brasil.

Em seu discurso, Dilma afirmou que no âmbito multilateral "Europa e Espanha têm no Brasil um aliado disposto a participar de um pacto a favor do crescimento, a recuperação da demanda global e o emprego".

O rei explicou a necessidade de que os dois países continuem estreitando suas relações econômicas, dentro de uma "interdependência" crescente que se baseia no fato de que a Espanha é o maior investidor europeu no Brasil e o segundo do mundo, em setores "muito importantes".

"A Espanha já se tornou a base europeia para muitas empresas ibero-americanas, e queremos que também seja para as brasileiras", disse o monarca.

O rei espanhol garantiu a Dilma que poderá contar com a Espanha para contribuir com o "sucesso" do Brasil na organização da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Juan Carlos também se referiu à superação da crise com o Brasil pelos impedimentos a seus cidadãos para visitar Espanha, e apostou em facilitar a estadia temporária no país latino-americano de profissionais espanhóis altamente qualificados para cobrir suas necessidades de mercado.

No âmbito cultural, o rei não esqueceu de mencionar o interesse que o Brasil tem pela língua espanhola, já que é o país é o que tem mais unidades do Instituto Cervantes.

Dilma também acompanhou hoje o ministro da Educação espanhol, José Ignacio Wert, a uma reunião com bolsistas brasileiros que estudam na Espanha graças ao programa "Ciência sem Fronteiras".

O projeto, que oferece a possibilidade de estudar em 41 universidades espanholas a quase 1.500 estudantes brasileiros, começou em fevereiro com a assinatura de um Memorando de Entendimento. EFE

nac-vh/tr

(vídeo) (foto)

EFE   
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