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Cúpula Ibero-Americana encara desafio de redefinir papel deste fórum

17 nov 2012 - 22h35
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Cádiz (Espanha) Encerrada sua 12ª Cúpula, a região ibero-americana encara agora o desafio de redefinir o papel deste fórum em um momento de pujança econômica na América, enquanto que a Europa tenta superar sua crise.

"A Comunidade Ibero-Americana é uma firme realidade e agora devemos olhar com novos olhos o muito que percorremos e o muito também que nos resta ainda a fazer", disse o rei Juan Carlos na cerimônia de encerramento da Cúpula de Cádiz.

Corresponderá agora ao Panamá, que acolherá a cúpula de 2013, dirigir toda a comunidade de nações nessa responsabilidade.

O presidente panamenho, Ricardo Martinelli, afirmou que a próxima cúpula será centrada "no papel econômico, político, social e cultural da comunidade ibero-americana no contexto mundial" e que será realizada nos dias 18 e 19 de outubro de 2013.

A próxima reunião poderia ser a última com o atual formato, já que os líderes ibero-americanos encarregaram o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, e a chanceler mexicana, Patricia Espinosa, de apresentar uma proposta formal para reformar as cúpulas, que previsivelmente passarão a ser bienais.

Esta equipe deverá entregar seu relatório na próxima cúpula do Panamá e conta como base para seu trabalho com uma proposta, apresentada pela Espanha, para "redefinir" totalmente este fórum.

A Espanha, que agora assume mais de 60% do financiamento da Secretaria-Geral Ibero-Americana, organizadora das cúpulas, propõe por exemplo projetar "uma estrutura mais equitativa quanto a cargas e responsabilidades".

Em entrevista coletiva no final da cúpula, o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que na edição deste ano chegou o momento de dar um passo adiante, de iniciar uma nova etapa.

Rajoy destacou a mensagem de que a América Latina deseja ajudar para que a Europa mude sua tendência econômica.

Antes da cerimônia de encerramento, os participantes da cúpula posaram para a tradicional "foto oficial" e tiveram um almoço no qual, segundo Rajoy, o diálogo entre os líderes foi frutífero e ativo.

A Declaração de Cádiz e o Programa de Ação aglutinam os temas e decisões desta reunião, que teve um forte acento econômico.

A estes documentos, assinados neste sábado pelos chefes de Estado e de Governo, se acrescentam uma dúzia de comunicados especiais, que abordam temas variados, como a rejeição do bloqueio dos Estados Unidos a Cuba, as Malvinas, a folha de coca, a mudança climática, o femicídio, a inclusão dos incapacitados no mercado de trabalho e a declaração de 2013 como Ano Internacional da Quinoa.

A Declaração se centra em seis eixos, entre os quais se destaca o desenvolvimento de infraestruturas, a promoção das micro, pequenas e médias empresas, e políticas de crescimento e emprego.

O texto recolhe também o fortalecimento de "regras claras, estáveis e previsíveis que ajudem a promover os investimentos produtivos nacionais e estrangeiros".

A Declaração também traz o respaldo dos líderes ibero-americanos à realização de uma sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre o problema mundial da droga.

Também se aceitou o Haiti como país observador nas cúpulas.

A Espanha recebeu dos presidentes de Chile, México, Peru e Colômbia a carta na qual é aceita como país observador da Aliança do Pacífico.

A cúpula também respaldou a candidatura da Espanha a ocupar um posto não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Não participaram da cúpula sete líderes, os de Nicarágua, Argentina, Uruguai, Guatemala, Paraguai, Venezuela e Cuba, e tanto o presidente da Bolívia, Evo Morales, como o de Honduras, Porfirio Lobo, anteciparam sua saída de Cádiz alegando compromissos em seus países.

A Cúpula de Cádiz culminou a comemoração do bicentenário da primeira Constituição liberal da Espanha, conhecida como "La Pepa". EFE

cjn/ma

(foto) (vídeo)

EFE   
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