Cuba segue aplicando censura e reprimindo liberdade de imprensa
A censura, a repressão da liberdade de expressão e de informação e o uso dos meios de imprensa como veículo de propaganda são uma realidade constante em Cuba, segundo um relatório preliminar divulgado neste domingo no marco da assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizada em São Paulo.
O documento da Comissão de Liberdade de Imprensa, que está pendente da aprovação da SIP, relatou que "a absoluta repressão contra as liberdades individuais, de imprensa e de expressão" continua sendo produzida em Cuba. Segundo o relatório, o governo da ilha "utiliza a mídia como veículo de propaganda" enquanto a censura e a desinformação são permanentes.
No entanto, o texto revelou que "ao contrário de outros períodos", na atualidade "as prisões não estão repletas de jornalistas", embora tenham elevado "as ações de vigilância, controle e repressão". O relatório também denunciou que acontecem detenções breves que duram poucos dias ou horas, além de "intervenção direta da polícia" contra jornalistas independentes e opositores.
O documento relata a morte do dissidente Oswaldo Payá em um acidente de trânsito em 22 de julho e a denúncia da Anistia Internacional de que 40 opositores foram detidos durante o velório.
A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional informou que ocorreram 400 detenções por mês entre abril e julho, mais de 500 em agosto e 533 em setembro, o número mais alto nos últimos seis meses, segundo o relatório.
Em declarações à Agência Efe, o diretor-executivo da SIP, Julio Muñoz, disse que Cuba tem "o pior" histórico da América em liberdade de expressão e acrescentou que os dados do relatório são "extremamente negativos". "Colocam um cadeado na boca das pessoas", disse Muñoz, que afirmou que essa é a política de um "governo totalitário".
