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Mundo

Cristina Kirchner será operada de hematoma na cabeça; vice assume cargo

7 out 2013 - 16h21
(atualizado às 16h24)
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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, será submetida a uma cirurgia na manhã desta terça-feira por conta de um hematoma na cabeça, informaram seus médicos nesta segunda-feira.

A notícia reduz as especulações que vinham sendo feitas no país por conta do estado de saúde da presidente, após um comunicado, feito pela TV na noite de sábado por seu porta-voz, informar que Cristina sofrera um traumatismo craniano em 12 de agosto - sem detalhar, no entanto, as circunstâncias do trauma.

"A presidente teve no domingo uma sensação de formigamento no braço esquerdo (...) exames físico-neurológicos constataram uma transitória e leve perda de força muscular", diz comunicado desta segunda-feira da clínica Fundação Favaloro, onde Cristina será operada. "Por conta desse quadro clínico, a equipe (médica) indica intervenção cirúgica, que consiste na (retirada) do hematoma."

O vice-presidente, Amado Boudou, deve assumir interinamente a Presidência do país por 30 dias. Segundo a imprensa argentina, ele já assinou documento protocolar de transferência de comando, que o coloca como líder interino.

Em pronunciamento, ele disse que o período será "exatamente igual" à gestão de Cristina.

Especulações

Até então, a falta de informações oficiais sobre o estado de saúde da presidente gerava uma série de debates médicos e políticos no país.

Inicialmente, o porta-voz da Presidência informara apenas que exames iniciais feitos em Cristina não apresentaram nada de errado, mas no sábado ela esteve no hospital novamente, desta vez para exames cardiovasculares. Scoccimaro afirma que a presidente apresentava "um quadro de cefaleia" - termo médico para dor de cabeça - e foi constatada a presença de um hematoma no cérebro.

Até agora, não se sabe o local exato onde ocorreu o trauma.

"Aparentemente, pelo que foi dito, a presidente bateu a cabeça, o que provocou a acumulação de sangue entre o cérebro e a meninge exterior que protege o sistema nervoso central", disse o médico Ignácio Previgliano, professor de neurologia da Universidade Maimônides, ao jornal "La Nación".

O analista político do jornal Clarín, Eduardo van der Kooy, escreveu que a pancada na cabeça, no dia 12, pode ter ocorrido durante uma de suas voltas de patins na residência presidencial. A presidente contou, tempos atrás, que patina nas horas livres no local.

O médico neurologista Gabriel Persi, do Instituto de Neurociências de Buenos Aires, disse ao jornal "Clarín" que, dependendo do tamanho do coágulo, ele pode provocar problemas como convulsões e confusão em pacientes que estão com estresse.

Na emissora TN, uma jornalista perguntou ao médico Nelson Castro - também jornalista e crítico do governo - se seria recomendável que ela não volte ao cargo devido ao tratamento.

"É um diagnóstico delicado. Eu não aconselharia (seguir). O ideal é que os médicos da Presidência expliquem melhor o que está acontecendo com a saúde da presidente", respondeu.

Um colunista do jornal "La Nación" escreveu que ela tem sofrido quedas seguidas e um médico da rádio Mitre afirmou que a presidente "emagreceu oito ou dez quilos em pouco tempo e que vive sob forte estresse".

Legislativo

A presidente foi reeleita em 2011 com 54% dos votos, mas atualmente as pesquisas de opinião indicam que o apoio popular a ela estaria em baixa, em torno de 35%.

Na sua gestão, ela ficou viúva do ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007), morto em 2010, bateu a cabeça em um comício, em junho de 2011, foi submetida a uma cirurgia para a retirada da glândula tireoide e especulou-se, então, que teria câncer.

Os resultados deram negativo, mas, na época, ela se licenciou da Presidência.

O governo de Cristina Kirchner, cujo mandato termina em 2015, é criticado por questões como a inflação, cujo dado oficial é apontado como maquiado, e pelo controle cambial, adotado desde 2011.

As distorções econômicas podem afetar o resultado das eleições legislativas do dia 27 próximo, quando será renovada metade das cadeiras da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, em uma composição que definirá o apoio do governo no Congresso.

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