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Mundo

Coptas do Egito celebram Natal ortodoxo sob forte segurança

6 jan 2011 - 11h47
(atualizado às 13h17)
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Um forte esquema de segurança foi montado no Egito para proteger a comunidade cristã copta, que comemorará entre quinta e sexta-feira o Natal ortodoxo nas igrejas do país, poucos dias depois do atentado contra um templo de Alexandria que deixou 21 mortos na noite do Ano-Novo.

O Patriarca Teófilo III de Jerusalém chega ao monastério Mar-Elias na véspera do Natal ortodoxo
O Patriarca Teófilo III de Jerusalém chega ao monastério Mar-Elias na véspera do Natal ortodoxo
Foto: AP

Cerca de 70 mil agentes de segurança serão mobilizados para vigiar igrejas coptas, apoiados por veículos blindados e esquadrões antibombas, informaram as forças da ordem egípcias.

Barreiras de segurança foram montadas para impedir que veículos estacionem perto dos templos, enquanto agentes controlarão a entrada e saída de pessoas.

Em Alexandria, o número de policiais que fazem a segurança da igreja dos Santos, onde ocorreu o atentado, foi duplicado para esta quinta-feira.

Outro local onde a segurança foi reforçada é a catedral do Cairo, onde o patriarca copta ortodoxo, Shenouda III, celebrará uma missa na véspera do Natal, na noite desta quinta, para milhares de fiéis.

Em Moqatamm bairro pobre do Cairo de maioria cristã, câmeras de vigilância foram instaladas perto da igreja de São Simão, onde 3 mil pessoas são esperadas na noite desta quinta.

Os muçulmanos anunciaram que assistiriam às missas ou participariam de forma voluntária da segurança dos templos, para expressar sua solidariedade aos cristãos.

O Natal ortodoxo, na sexta-feira, coincide com o dia de orações dos muçulmanos.

A segurança também será reforçada em locais considerados sensíveis, como os pontos turísticos, que já foram alvo de ataques no passado, segundo o jornal oficial Al Ahram.

Em outros países com comunidades coptas, como França, Canadá, Holanda e Alemanha, os locais de culto também estão sendo protegidos.

Os coptas representam entre 6 e 10% da população egípcia, de 80 milhões de pessoas - a maioria, muçulmanos sunitas. No Oriente Médio, são a principal minoria muçulmana.

Em relação à investigação sobre o ataque, o ministério do Interior divulgou na quarta-feira um retrato estimado do suposto terrorista.

A polícia espera que a publicação da imagem, feita a partir de uma cabeça encontrada no local do atentado, ajude a identificar o autor da matança.

O homem, que talvez tenha desistido de entrar na igreja ao ver os policiais que guardavam a entrada, detonou seu cinto de explosivos quando os fieis começaram a sair da missa, pouco depois da meia-noite.

Segundo as autoridades egípcias, "há mãos estrangeiras" na organização do ataque, que ainda não foi reivindicado por nenhum grupo. As primeiras apurações, no entanto, apontam que o explosivo era de fabricação local.

O atentado, perpetrado dois meses depois de um grupo próximo ao braço iraquiano da Al-Qaeda ameaçar os cristãos do Egito, provocou várias manifestações de coptas, principalmente no Cairo e em Alexandria, que foram brutalmente repelidas pela polícia.

Os dirigentes egípcios e as principais autoridades religiosas do país, cristãs e muçulmanas, condenaram o massacre e multiplicaram os apelos pela calma e pela unidade nacional.

Autoridades religiosas como o papa Bento XVI e o grande mufti da Arábia Saudita, Sheikh al Sheijau, denunciaram o atentado.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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