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Mundo

Confrontos na fronteira norte-sul do Sudão deixam 33 mortos

10 jan 2011 - 07h26
(atualizado às 10h55)
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Pelo menos 33 pessoas morreram desde a última sexta-feira no enclave de Abyei, entre as regiões norte e sul do Sudão, informaram nesta segunda-feira à AFP chefes de tribos locais.

Sudaneses fazem fila para votar no referendo separatista em Juba, capital do Sudão do Sul
Sudaneses fazem fila para votar no referendo separatista em Juba, capital do Sudão do Sul
Foto: AP

"Treze árabes Misseriya foram mortos e 38 ficaram feridos desde sexta-feira", indicou o líder tribal Misseriya Hamid al-Ansari.

"Nos últimos três dias, perdemos no total entre 20 e 22 Dinka", disse Deng Arop Kuol, administrador da região de Abyei.

"Eles já nos atacaram três vezes, e estamos esperando um novo ataque hoje (segunda-feira)".

Analistas citam Abyei como o local mais provável de episódios violentos entre o norte e o sul durante e depois da votação, o clímax de um complicado acordo de paz que acabou com décadas de guerra civil.

O sul deve se separar do norte, predominantemente muçulmano, deixando Cartum sem a maioria de suas reservas de petróleo.

Moradores da região central de Abyei receberam a promessa de um referendo próprio para decidir se ficariam com o norte ou com o sul, mas líderes não chegaram a um acordo sobre como fazer o pleito e a votação, inicialmente prevista para 9 de janeiro, não aconteceu.

Líderes da tribo Dinka Ngok, de Abyei, ligados ao sul, acusaram Cartum de armar milícias árabes da região em confrontos na sexta-feira, no sábado e no domingo e disseram esperar mais ataques nos próximos dias.

Referendo do Sul: passado e futuro em jogo

Neste domingo, 9 de janeiro de 2011, a população da porção sul do Sudão vai às urnas no referendo que vota a autonomia da região. A expectativa geral é de que o 'sim' saia vencedor, resultado que deve levar à secessão do resto do país e a criação de uma nova nação: o Sudão do Sul, com capital em Juba e presidido por Salva Kiir.

O referendo está previsto desde janeiro de 2005, quando foi assinado o Tratado de Naivasha. Também conhecido como Amplo Acordo de Paz, o tratado colocou fim a um conflito de 21 anos travado entre o norte sudanês, predominantemente árabe, e rebeldes do sul, região miscigenada e parcialmente cristã. Durante este período, iniciado em 1983, cerca de dois milhões de pessoas morreram.

Apesar da boa expectativa para a realização do referendo, muito deve ainda acontecer depois dele. O presidente sudanês, Omar al-Bashir, garantiu que aceitará o resultado da votação, mas ainda é incerto o futuro das relações entre norte e sul. Por trás do conflito está a disputa pelo controle da maior riqueza natural do país, uma reserva de milhões de barris de petróleo, localizada justamente na faixa central do Sudão.

Com informações das agências internacionais.



Fonte: Redação Terra
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