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Mundo

Comissária de direitos da ONU pede liberdade a dissidentes

8 dez 2010 - 22h39
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A alta-comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, pediu na quarta-feira a libertação de todos os prisioneiros que tenham sido detidos por promoverem a democracia, numa clara alusão a ativistas como o chinês Liu Xiaobo, que por estar preso não poderá receber nesta semana o Prêmio Nobel da Paz.

A sul-africana Pillay fez esse apelo em nota divulgada por ocasião do Dia Mundial dos Direitos Humanos, na sexta-feira - mesmo dia da entrega do Nobel a Liu.

Pillay foi criticada nos últimos dias por não ir à cerimônia em Oslo, o que seria um gesto de reverência ao regime chinês. Mas seu porta-voz disse na quarta-feira que ela não vai porque não foi convidada.

"Peço aos governos que admitam que a crítica não é um crime, e que libertem todas essas pessoas que foram detidas por exercerem pacificamente seus direitos fundamentais para defenderem os princípios democráticos e os direitos humanos", disse ela.

O texto de duas páginas não faz referência direta a Liu, mas cita jornalistas e professores dissidentes, e o assédio às famílias dos perseguidos - alusões que seriam aplicáveis a Liu e a muitos outros.

A nota divulgada em Genebra diz que os avanços mundiais nos direitos humanos se devem aos "enormes esforços de centenas de milhares de heróis geralmente anônimos".

Em dezembro passado, quando Liu foi condenado a 11 anos de prisão por participar de um manifesto pró-democracia, Pillay criticou duramente o governo chinês. Ela também já fez restrições a países como Irã, Rússia e Estados Unidos.

Rupert Colville, porta-voz da alta-comissária, disse que, apesar de não ter sido convidada à cerimônia em Oslo, ela fará um abrangente discurso em Genebra na sexta-feira, e poderá responder a perguntas sobre Liu na entrevista coletiva posterior.

Mesmo antes dessa declaração, alguns governos ocidentais já haviam saído em defesa de Pillay contra as críticas de que ela estaria sendo condescendente com Pequim, que tem grande influência no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Podemos criticar algumas coisas que ela já fez, mas em geral ela tem provado suas credenciais como defensora dos direitos humanos num cargo que é muito difícil", disse um diplomata europeu que pediu anonimato.

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