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América Latina

Colômbia: Farc declaram cessar-fogo unilateral e permanente

17 dez 2014 - 20h23
(atualizado em 18/12/2014 às 06h39)
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<p>Iv&aacute;n M&aacute;rquez leu o comunicado em Cuba e anunciou o cessar-fogo</p>
Iván Márquez leu o comunicado em Cuba e anunciou o cessar-fogo
Foto: BBC Mundo / Copyright

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) declararam nessa quarta-feira um cessar-fogo unilateral e por um período indefinido. O anúncio foi feito na capital de Cuba, Havana, onde líderes das Farc vêm se reunindo com representantes do governo colombiano há dois anos. Segundo os guerrilheiros, a trégua entrará em vigor neste sábado e só será suspensa caso sejam atacados pelas Forças Armadas do país.

O anúncio é visto como um marco nas negociações de paz. "Esse cessar-fogo unilateral só chegará ao fim se constatarmos que nossas estruturas guerrilheiras tenham sido atacadas por parte das forças públicas", disse o negociador-chefe das Farc, Iván Márquez (codinome do guerrilheiro Luciano Marín Arango) ao ler um comunicado do grupo.

Segundo Márquez, a decisão já foi comunicada formalmente ao governo colombiano. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, vinha até o momento se recusando a suspender ações militares, dizendo que os rebeldes usaram um cessar-fogo bilateral para se rearmar e se reagrupar.

As conversações de paz têm como objetivo colocar fim a cinco décadas de conflito, que já mataram mais de 220 mil pessoas.

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Em um comunicado, líderes das Farc disseram ainda que, para que o cessa-fogo seja bem sucedido, eles esperam a supervisão de vários órgãos internacionais da região, como a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), além do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que já atuou diversas vezes na mediação para a libertação de reféns.

Segundo Marquéz, a trégua entrará em vigor em 20 de dezembro "se houver disposição de ao menos um órgão internacional mencionado para verificar o processo". Os rebeldes também indicaram que estão dispostos a convidar organizações colombianas interessadas no processo de paz para respaldarem a iniciativa.

A decisão foi anunciada durante uma coletiva de imprensa em Havana, na qual estavam presentes representantes do governo colombiano, além de vítimas do conflito.

Em novembro, todo o processo de paz ficou na berlinda após o sequestro pelas Farc do general colombiano Rubén Darío Alzate, o militar de mais alta patente já capturado pela guerrilha em 50 anos de conflito, e de dois acompanhantes.

A captura levou Juan Manuel Santos a anunciar a suspensão das negociações "até que os motivos por trás do incidente fossem esclarecidos e que os três prisioneiros fossem liberados".

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