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China produz e exporta instrumentos de tortura, diz Anistia

Equipamentos como cassetetes elétricos que não deixam marcas teriam sido vendidos para países com histórico de abusos de direitos humanos

23 set 2014 - 21h15
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<p>A China alega que o relat&oacute;rio da Anistia sobre exporta&ccedil;&atilde;o de itens de tortura n&atilde;o &eacute; confi&aacute;vel</p>
A China alega que o relatório da Anistia sobre exportação de itens de tortura não é confiável
Foto: Anistia Internacional / BBC News Brasil

A Anistia Internacional denunciou mais de 130 empresas chinesas por suposto comércio de equipamentos policiais que poderiam ser usados em ações de tortura e abusos de direitos humanos. Entre os instrumentos estão armas de choque, cassetetes com cravos de metal e cadeiras para contenção de suspeitos em interrogatórios.

Segundo a correspondente da BBC em Pequim, Celia Hatton, apenas uma das empresas denunciadas teria lucrado mais de US$ 100 milhões por ano fornecendo cassetetes elétricos e algemas para dedos para 40 países da África.

Muitos desses produtos poderiam ser usados em ações policiais legítimas, mas teriam sido fornecidos para nações com histórico de abusos de direitos humanos. De acordo com o relatório, equipamentos também teriam sido vendidos para nações do sudeste da Ásia.

A chancelaria chinesa disse à agência de notícias Reuters por meio de uma porta-voz que o relatório da Anistia seria duvidoso. "Essa organização internacional é sempre tendenciosa contra a China e duvidamos da autenticidade do relatório que foi divulgado".

Itens

A Anistia Internacional listou ao menos três principais classes de itens que classificou como "instrumentos de tortura moderna".

A primeira é formada basicamente por cassetetes elétricos que em tese permitem aplicar choques em áreas sensíveis do corpo, como genitais, virilha ou orelhas sem deixar marcas das agressões.

A segunda são cassetetes com cravos de metal fabricados sistematicamente apenas na China, mas que, segundo a entidade, seriam exportados para o Camboja e repassados ao Nepal e à Tailândia.

A última classe é a das algemas de pernas, de pescoço e cadeiras de retenção. Esses aparelhos seriam capazes de dificultar a respiração e a circulação sanguínea das vítimas. Ele seriam usados por forças policiais de diversos países, incluindo aqueles com histórico de abusos de direitos humanos.

A Anistia Internacional afirmou que todos esses equipamentos e armas fabricados na China são abusivos e contrários aos padrões internacionais de respeito aos direitos humanos praticados por forças de segurança.

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