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China inaugura novos postos para abandono de bebês

O abandono de crianças é ilegal na China, mas autoridades de saúde acreditam que incubadoras criam um ambiente seguro para os bebês, aumentando suas chances de sobrevivência

17 fev 2014 - 07h26
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O governo chinês anunciou no fim de semana a abertura de vinte e cinco novos postos que permitem a pais abandonarem com segurança filhos indesejados
O governo chinês anunciou no fim de semana a abertura de vinte e cinco novos postos que permitem a pais abandonarem com segurança filhos indesejados
Foto: BBC News Brasil

O governo chinês anunciou no fim de semana a abertura de vinte e cinco novos postos que permitem a pais abandonarem com segurança filhos indesejados. As autoridades planejam anunciar mais estabelecimentos desse tipo em breve, apesar das críticas de que eles encorajem o abandono de recém-nascidos.No entanto, as estruturas, que consistem em uma incubadora e um sistema de alarme, elevam as chances de sobrevivência dos bebês.

Muitas das crianças chinesas indesejadas são abandonadas por doenças graves ou deficiências físicas.

Funcionamento

O Centro Chinês para o Bem-Estar e Adoção das Crianças afirmou à agência de notícias estatal Xinhua que mais de vinte postos para abandono de bebês foram inaugurados desde a primeira estrutura do gênero na cidade de Shijiazhuang na província de Hebei em 2011, a maior parte deles foi aberta nos últimos meses. Um desses postos, em Guangzhou, recebeu 79 bebês nos primeiros 15 dias de funcionamento.

Os pais colocam a criança na incubadora, pressionam o botão de alarme e depois vão embora, mantendo o anonimato. Dez minutos depois, um funcionário chega para recolher o bebê.

O abandono de crianças é ilegal na China, mas as autoridades de saúde acreditam que as incubadoras criam um ambiente seguro para os bebês - e aumenta suas chances de sobrevivência. Caso os postos não existissem, afirma o governo, eles continuariam a ser abandonados nas ruas.

Anteriormente, apenas um em cada três recém-nascidos abandonados sobreviviam. "As leis enfatizam a prevenção, enquanto as incubadoras de bebês focam no resgate quando as leis são quebradas", afirmou à Xinhua Li Bo, diretor Centro Chinês para o Bem-Estar e Adoção das Crianças.

No passado, a política de filho único foi considerada culpada pelo alto número de meninas abandonadas pelos pais. Tradicionalmente, as famílias chinesas dão preferência aos filhos homens.

Por causa disso, se o primeiro filho for menina, muitos pais decidem abandoná-la para tentarem engravidar de um menino. No entanto, segundo autoridades, os bebês que vêm sendo abandonados são tanto do sexo masculino quanto feminino.

Autoridades de saúde afirmam que a maioria dos bebês deixados nos postos têm problemas de saúde e são abandonados porque seus pais temem que eles não tenham dinheiro suficiente para pagar o tratamento médico.

Muitos dos bebês abandonados nas incubadoras carregam dentro de sua roupa recados, dinheiro ou o histórico médico. Estimativas oficiais indicam que 10 mil crianças são abandonadas na China todos os anos. Para acolhê-las, as autoridades afirmam que cada província deve instalar pelo menos dois postos até o final do ano.

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